Polícia leva diretores do Sindsaúde ABC ao 1º DP atendendo a chamado do Delboni
Autor: CUT-SP
19/07/2016
Crédito Imagem: CUT-SP
Para a direção do Delboni Diagnósticos, trabalho sindical é caso de polícia. Na manhã da última sexta-feira (15/07), a presença de diretores do SindSaúde ABC na unidade de São Bernardo causou tanto pavor que a polícia foi chamada ao local. A diretora Rute Rodrigues e o diretor Antônio Prudêncio foram levados ao 1º DP de São Bernardo, onde, após três horas de espera, foram liberados, pois o delegado concluiu que “não vislumbrou ocorrência de delitos”.
A direção do SindSaúde ABC, através do seu presidente, Almir Rogério “Mizito”, repudia veementemente a ação do Grupo Dasa (ao qual pertence o Delboni Diagnósticos), além de considerar a atitude um retrocesso. “Em vez de chamar a polícia, a empresa deveria sentar com o Sindicato e fazer uma proposta decente de reajuste de salários dos seus funcionários”, disse o dirigente.
Multa
A intenção do Delboni era, na realidade, obrigar o Sindicato a pagar uma multa de R$ 100 mil por “descumprimento de ordem judicial”, já que, supostamente, teria sido descumprida a decisão de Interdito Proibitório da 4ª Vara do Trabalho de SBC, ou seja, um Mandado proibindo o Sindicato de atuar nas dependências da empresa desde que impeça o acesso de pessoas, empregadas ou não, para o trabalho ou não.
Segundo a diretora Rute Rodrigues, a empresa chamou a polícia no momento em que a coordenadora da unidade, Elaine Cristina de Oliveira, percebeu que ela (Rute) estava dentro da empresa num trabalho de sindicalização de uma funcionária. “Eu o (Antônio) Prudêncio estávamos no saguão de entrada do Delboni distribuindo um boletim aos usuários que estavam esperando atendimento, quando uma funcionária disse que queria se sindicalizar”, esclareceu a diretora, completando que, na sequência, dirigiu-se com essa funcionária para um local reservado pela empresa para o trabalho sindical.
“Nem esse Interdito Proibitório deveria existir e estamos trabalhando para derrubá-lo, pois é um absurdo que o patrão queira impedir o trabalho legítimo do Sindicato, que luta pelos direitos dos trabalhadores, em pleno século XXI”, afirmou o presidente do Sindicato.
E o atendimento?
Mizito disse ainda que o Sindicato está preocupado com a qualidade do atendimento aos pacientes, já que a pressão por parte das chefias dessa e outras empresas está muito forte. “Esses chefes comportam-se como se fossem feitores da época da escravidão. Trabalhar dessa forma causa tanto desconforto que nós estamos temendo pela qualidade de um serviço sendo feito nesse clima”, afirmou o dirigente.
O presidente do Sindicato observou ainda que algumas chefias se portam de maneira escravocrata talvez se esquecendo que também são empregados. “Quando for conveniente para o patrão esses chefes também vão levar um belo de um chute no traseiro”, concluiu.
A categoria da saúde no ABC está em Campanha Salarial. Com data-base em 1º de maio, até agora os sindicatos patronais, com exceção do Sinpavet (clínicas e hospitais veterinários), não apresentaram contraposta que possa ser aceita pelos trabalhadores.
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