“O que nós temos que fazer no Brasil, como estratégia de fortalecer o sistema público e a saúde como um direito, é ampliar o gasto público e não restringi-lo”, defendeu, na noite de 18 de julho, em debate na cidade de São Paulo, o ex-ministro da saúde José Gomes Temporão.

Temporão, ministro da saúde de 2007 a 2010, lembrou que hoje 52% do total de gastos em saúde no Brasil é da iniciativa privada e o restante (48%) do poder público. Na Inglaterra, comparou, 85% do gasto em saúde é feito pelo setor público. 

Ele pontua que a situação de subfinanciamento é agravada pelas renúncias fiscais e subsídios que fazem com que o poder público abra mão de recursos que poderiam auxiliar na implementação dessa política. “A cada ano deixam de entrar no financiamento do setor público 20 bilhões de reais”, estima.

Para José Gomes Temporão “é um grave equívoco” ver a saúde como um gasto sem qualquer retorno. “A saúde tem que ser vista em sua dualidade”, diz. Lembrando que ela promove o bem-estar da sociedade e, ao mesmo tempo, uma política econômica que cria inovação e riqueza.