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Manifestantes fecharam a frente do hospital em protesto contra os cortes no SUS propostos pelo governo interino
São Paulo – O presidente interino Michel Temer (PMDB) e o ministro interino da Saúde, Ricardo Barros, desistiram de visitar a sede do Instituto do Coração (Incor) de São Paulo, na manhã de hoje (1º), por conta de um protesto de profissionais da saúde na sede do hospital. Os manifestantes são contra a redução do Sistema Único de Saúde (SUS) e a proposta de aumentar o alcance e a liberdade de atuação dos planos de saúde no país, defendida pelos interinos. “Para melhorar o atendimento e a vida da população, nós precisamos de mais SUS e não menos”, disse o ativista Hugo Fanton.
Os manifestantes ocuparam a frente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde funciona o Incor, em Pinheiros, zona oeste da cidade. Com faixas e cartazes, pediam a saída de Temer da presidência e a manutenção do SUS universal e gratuito. Temer e Barros iriam encontrar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.
“Eles vieram a São Paulo comemorar a marca de mil transplantes de órgãos realizados no Incor. Um serviço que é 100% feito pelo SUS. Porque é muito caro e a rede privada não tem interesse em fazer. Curioso termos aqueles que querem acabar com o SUS, um representante de empresários e o governador que criou a 'dupla porta' – separação do atendimento na rede pública estadual entre quem tem ou não tem convênio médico particular – comemorando uma marca do SUS público”, disse Fanton, militante da Central de Movimentos Populares (CMP) e da União dos Movimentos Populares de Saúde (UMPS).
Um mês após o temer assumir, o ministro disse que tinha que reduzir o SUS. Ele afirmou que o país não tem dinheiro para garantir o SUS universal e gratuito e que quanto mais gente tivesse plano de saúde, melhor. "Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber", afirmou Barros, que também defendeu maior liberdade de mercado para os planos de saúde, que hoje estão entre os serviços mais reclamados judicialmente no país.
Além disso, o presidente interino enviou ao Congresso Nacional uma proposta para acabar com a vinculação de receitas – obrigação de gastar parte determinada do orçamento – em saúde e educação. No fim de maio, Temer anunciou o fim do Fundo Soberano do Pré-Sal, do qual parte da verba seria utilizada justamente para fortalecer o financiamento do SUS.
Para os profissionais e militantes da área, as ações soaram como um anúncio de liquidação do sistema. “A intenção desse governo golpista é acabar com direitos sociais. E um desses é o SUS. O ministro representa interesses privados na saúde. Nós vamos seguir defendendo a saúde como direito fundamental, como foi conquistado na Constituição Federal de 1988”, afirmou Fanton.
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Enquanto os ativistas faziam o "escracho" dos golspistas duas diretoras do SindSaúde entragaram, novamente, a pauta da Campanha Salarial de 2016. Uip afirmou que sentará novamente com a comissão para rediscutir os pontos levantados.