Jovem ferida pela PM em ato contra Temer perde visão do olho esquerdo
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    Jovem ferida pela PM em ato contra Temer perde visão do olho esquerdo
    Autor: CUT
    02/09/2016

    Crédito Imagem: CUT

    Estudante foi atingida no olho esquerda por estilhaços de bomba lançada pela polícia em SP

    Uma jovem atingida no olho esquerdo durante manifestação contra o impeachment na noite dessa quarta-feira (31) no centro de São Paulo, ficou cega. De acordo com texto publicado pelos Jornalistas Livres, a jovem foi atingida por um estilhaço de bomba no olho, que dilacerou a lente dos óculos que usava.

    Na manhã desta quinta-feira (01), Deborah Fabri, 20 anos, de Santo André e estudante da UFABC (Universidade Federal do ABC) foi atendida no Hospital de Olhos, na Capital, onde foi constado perda da visão do olho esquerdo.

    “Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo, mas estou bem”, informou Deborah pelas redes sociais. A jovem é de Governador Valadares, em Minas Gerais, mas atualmente mora em Santo André por causa da faculdade.

    A estudante relatava que sentia pedaços de vidro dentro do globo ocular. Ainda conforme os Jornalistas Livres, após ser atingida, Deborah mal conseguia ficar de pé e foi socorrida na unidade ambulatorial da PUC, na rua Marquês de Paranaguá. “Perdi meu olho, meu olho não está aqui,” afirmou Deborah aos Jornalistas Livres.

    Em nota, a reitoria da UFABC repudiou todas as formas de violência, incluindo o uso excessivo de força contra manifestações e manifestou solidariedade a todas as vítimas da violência que ocorreu na noite desta quarta-feira (31/08), principalmente a estudante Deborah. “A estudante e sua família estão recebendo amparo da Universidade e de diversos membros da comunidade acadêmica, aos quais agradecemos pelo gesto solidário”, afirmou em trecho do documento. A UFABC ainda informou que se manifestou à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e continuará acompanhando o caso.

    Manifestação

    O ato contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff teve a concentração a partir das 18h no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) na avenida Paulista. Por volta das 20h, os manifestantes seguiram em passeata pela rua Consolação, que estava apenas com o lado sentido bairro fechado para o ato. Neste momento, alguns manifestantes fizeram barricadas e atearam fogo em objetos para também parar o trânsito no sentido Centro da via.

    De acordo com manifestantes, quando o protesto estava na altura da Universidade Mackenzie foi quando as primeiras bombas da PM (Polícia Militar) estouraram. Muitos manifestantes ficaram encurralados e foram feridos. Há ainda relatos de jornalistas e fotógrafos feridos, presos ou que tiveram os equipamentos quebrados. Do ABCD, além de alunos da UFABC, também havia estudantes da Faculdade Direito São Bernardo e Universidade Metodista que participavam do ato.

    Em nota, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que a PM precisou reagir quando um grupo incendiou montes de lixo e agrediu policiais com pedras na rua Consolação. Ainda conforme a Pasta, um policial foi ferido e levado para atendimento médico.

    Mais um caso

    A violência da Polícia Militar em São Paulo é algo corriqueiro em manifestações dos movimentos populares. Lamentavelmente, com vítimas que carregarão a sequela disso por toda a vida.

    Há poucos dias, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou uma indenização ao fotógrafo Sérgio Silva, vítima de uma bala de borracha disparada pela PM quando cobria uma manifestação em 2013.










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