Nota de repúdio à truculência da Polícia Militar do Estado de São Paulo
São Paulo, 9 de setembro de 2016
O Comitê Nacional de Jovens da ISP Brasil repudia veementemente as ações antidemocráticas e violentas promovidas pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio de sua Polícia Militar - herança da Ditadura no país-, para reprimir as manifestações populares contra o golpe jurídico-parlamentar consumado em nosso país e contra os ataques aos direitos sociais promovidos pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
O Brasil passa por um dos momentos mais tristes de sua história, no qual um bando de corruptos tomou o poder, utilizando-se de uma de uma farsa jurídica que destituiu uma presidenta democraticamente eleita por mais de 54 milhões de votos. Agora tentam implementar um programa que jamais seria eleito pelo voto popular, com graves ataques aos serviços públicos, corte de direitos trabalhistas e sociais. Tudo isso tem levado diariamente milhares de pessoas à ruas de todo o país, em sua maioria jovens, que protestam em defesa da democracia, contra os ataques aos direitos e contra o governo ilegítimo de Michel Temer.
No último domingo (04), São Paulo foi palco de uma das mais significativas manifestações que o Brasil vem presenciando. Horas antes de começar o ato, cerca de 26 jovens que estavam no Centro Cultural São Paulo, espaço histórico de cultura e de lazer da juventude, foram detidos arbitrariamente pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, sob o pretexto de que poderiam, eventualmente, praticar atos de violência. Esses jovens passaram horas incomunicáveis, e foram soltos apenas no dia seguinte, depois de muita comoção da sociedade.
Também no domingo, essa mesma polícia reprimiu com truculência os manifestantes que já se dispersavam para retornar às suas casas, após um ato organizado e pacífico.
Há ainda o agravante de que esses não são episódios isolados. A Polícia Militar do Estado de São Paulo, instituição que deveria zelar pela segurança dos cidadãos e cidadãs paulistas, há anos é usada pelo Governo Estadual como instrumento de repressão aos movimentos populares e de extermínio da juventude negra e periférica.