Notícia
De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, São Paulo registrou seis mortes por febre amarela até o dia 30 de janeiro. Dois desses casos foram contraídos nas cidades paulistas de Batatais e Américo Brasiliense, os outros quatro no interior de Minas Gerais. No interior do estado existem áreas de risco, 31 macacos apareceram mortos nas regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Franca e Barretos, eles estavam com o vírus da febre amarela.
Atualmente, os mosquitos Haemagogus e Sabethes transmitem a doença no Brasil. O mosquito Aedes Aegypti transmissor da dengue, zika e chikungunya, também pode transmitir a febre amarela.
Há 121 anos atrás, um surto de febre amarela no estado, entre os anos de 1896 e 1903 matou quase 30 mil pessoas na região de São Simão-SP. Foi neste período que o sanitarista Emílio Ribas identificou que mosquito transmissor da doença era o Aedes Aegypti.
Mesmo com esse risco, os funcionários temporários da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), que são responsáveis pelo combate dos mosquitos transmissores, não tiveram seus contratos renovados pelo governo do Estado. A estimativa do SindSaúde-SP é que mais de 500 trabalhadores sejam desligados.
Neste momento seria positivo renovar esses contratos já que os trabalhadores estão treinados. Doenças transmissíveis por mosquitos são uma realidade no Brasil, antes dengue, depois zika e chikungunya e agora a febre amarela. Não me parece muito sensato, justamente nesse momento onde há risco e medo de surto de febre amarela não renovar esses contratos. Esses trabalhadores combatem o mosquito e já estão treinados, mesmo que seja realizado novo concurso, nesse período até a contratação e treinamento a equipe ficará desfalcada. Além do combate no campo, eles também prestam serviços técnicos treinando e acompanhado os agentes de endemias dos municípios.
Além disso, em alguns locais do estado os trabalhadores e trabalhadoras da SUCEN estão tendo parte de sua gratificação cortada. Essa gratificação remunera os trabalhadores que ficam mais de 5 horas em trabalho de campo, o governo está trazendo esses trabalhadores antes do horário para não pagar a gratificação, com isso menos agentes estão em campo combatendo as endemias.
Em um momento difícil como este é importante compreender a necessidade de defender a saúde pública e todo o SUS. O que está em curso é o sucateamento da saúde pública para a privatização. Saúde é um direito nosso, um direito humano, nenhum direito a menos!