Brasil parou contra a reforma da Previdência
Autor: CUT-SP
17/03/2017
Crédito Imagem: CUT-SP
A classe trabalhadora escreveu mais uma página na história de luta do estado de São Paulo e do Brasil. Os trabalhadores e trabalhadoras pararam São Paulo e diversas cidades país afora no dia 15 de março de 2017, uma data que ficará marcada nas mentes e corações, sobretudo, daqueles que, há meses, constroem nas ruas, escolas, fábricas e ocupações, a mobilização que a sociedade brasileira acompanhou ontem.
O debate sobre a reforma da Previdência está na ordem do dia. As pessoas começam a entender que essa reforma é sinônimo de retirada de direitos. A forte mobilização nacional sinaliza que a narrativa distorcida do governo ilegítimo de Temer, com o total apoio da mídia e de um marketing milionário, começa a cair por terra. Os trabalhadores deram o recado: não vamos trabalhar até morrer!
O resultado do ‘Dia Nacional de Paralisação’ mostra que há um potencial grande de barramos a perversa reforma da Previdência que, em outras palavras, significa o fim da aposentadoria no Brasil. Estamos diante da possibilidade de ampliarmos e fortalecermos a disposição de luta que os trabalhadores demonstraram. Muitos classificaram o dia de ontem como uma greve geral. Estava até mesmo na boca do povo. Se não foi exatamente uma greve geral como consideramos, estamos muito perto de alcançá-la.
Mas, para caminharmos nesse sentido, além de continuarmos nossa importante tarefa de mobilização, conscientização e organização dos trabalhadores, precisamos nesse momento bater na porta de cada um dos deputados para dizer: vote contra a reforma da Previdência ou nunca mais terá o nosso voto. É preciso expor cada parlamentar que está vendendo os nossos direitos e o futuro de nossos filhos e netos.
É momento de expor que o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), é sócio de uma empresa que tem R$ 151,9 mil de dívida previdenciária. É necessário denunciar que este mesmo deputado teve parte considerável da sua campanha eleitoral financiada pelos bancos Bradesco, Itaú, Santander e Safra, que se beneficiarão da reforma com as vendas dos planos privados de previdência complementar.
O relator da reforma da Previdência, assim como todos os outros deputados que têm a intenção de vender a Previdência do povo brasileiro, terá que se explicar. A Frente Brasil Popular do estado de São Paulo intensificará sua cobrança e ação por todo o estado de São Paulo. A luta continua!
* Douglas Izzo é coordenador da Frente Brasil Popular-SP e presidente estadual da CUT-SP