Trabalhadores e usuários realizam assembleia para debater situação do CAPS Itapeva
Autor: SindSaúde-SP
27/07/2017
Crédito Imagem: SindSaúde-SP
Toda quarta-feira trabalhadores (as) e usuários (as) se reúnem em assembleia no CAPS Itapeva. Este CAPS existe a mais de 30 anos e é considerado pioneiro no modelo de assistência psicossocial para o País.
Na reunião desta última quarta a pauta foi sobre a exoneração do psicólogo Rene Rogerio, que trabalhava na unidade. Usuários ficaram inconformados com a decisão da procuradora que exonerou o trabalhador. De acordo com a diretora regional do SindSaúde-SP, Janaina Luna, tal atitude faz com que “os pacientes percam suas referências terapêuticas, causando uma interferência terapêutica”, explicou.
Uma das preocupações por partes dos usuários é possível intensificação das internações compulsórias, eles entendem que a referência terapêutica não está mais presente. A política de internação compulsória proposta pelos governos Alckmin e Dória tem preocupado diversos especialistas.
“O Centro de Atenção Psicossocial é um serviço público de saúde mental que tem como objetivo o atendimento de pessoas com transtornos mentais graves, pautado pelo respeito à cidadania. Os CAPS foram criados como uma alternativa aos tratamentos em saúde mental, fora do modelo centrado no hospital psiquiátrico, no qual o paciente tendia a permanecer isolado da sociedade”, declarou Janaina.
Ainda de acordo com a diretora, a unidades incorporou ao projeto oficinas de trabalho, atividades culturais e de cuidados pessoais, desenvolvendo estratégias e princípios que permanecem até os dias de hoje nos modelos CAPS. Nesse modelo a equipe é multiprofissional, sendo responsável pelos casos e as atividades, além do atendimento às necessidades do usuário de maneira global, auxiliando na inserção social, moradia, renda e rede de relacionamentos dos pacientes.
“A preocupação dos usurários e os trabalhadores é que uma unidade que até então é modelo e referência para o país, esteja chegando ao fim”, disse a diretora.