Ações contra planos de saúde não para de crescer na justiça
Autor: Assessoria de Imprensa - SindSaúde-SP
26/10/2018
Crédito Imagem: SindSaúde-SP
Neste período eleitoral muitos candidatos apresentaram propostas para a saúde, algumas delas visam descontruir o SUS e iludem o eleitorado com projetos privatistas. Porém, é importante esclarecer que existem muitos problemas na saúde privada. Neste texto, apresentaremos algumas informações sobre os planos de saúde.
Segundo dados coletados pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) extraídos do Tribunal de Justiça de São Paulo, de janeiro a setembro de 2018 os processos jurídicos contra os planos de saúde ultrapassaram 24 mil. O número equivale a 130 decisões por dia útil durante este ano.
O índice de 2018 é o maior desde que a Faculdade começou a coletar os dados em 2011, naquele período os processos ultrapassaram 5 mil. A pesquisa também revela que a maior parte dos processos em 2018 são em relação a negativas de cobertura e tratamentos (52%) ou por reclamações de reajuste de valores (28%).
Os processos judiciais contra os planos de saúde têm aumentado ao mesmo tempo em que o número de conveniados diminui, ou seja, mesmo com menos clientes as reclamações não param de aumentar. Em São Paulo o número de conveniados a planos de saúde caiu de 18,6 milhões em 2014 para 17,2 milhões em 2018.
De acordo com projeto defendido pelas empresas de saúde, por meio da Federação Brasileira de Planos de Saúde (Febraplan) apresentado no 1º Fórum Brasil – Agenda Saúde, em abril de 2018, em 2038 apenas 50% da população terá acesso ao SUS, e o sistema seria privatizado.
Ainda de acordo com a federação, a outra parcela de usuários seria obrigada a contratar um plano privado ou pagar exames e consultas particulares caso precise de atendimento médico.
O ex-ministro da saúde de Temer, Ricardo Barros, também conhecido por ter suas campanhas financiadas por planos de saúde, tentou emplacar um projeto chamado de “plano de saúde popular”. Na verdade, a proposta “apenas beneficiava os empresários da saúde suplementar e não solucionava os problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) ”, como afirmou em nota o Conselho de Medicina.
No ano em que o SUS completou 30 (anos) vimos inúmeras propostas que visam o desestruturar e levar a saúde pública brasileira para os cofres da iniciativa privada. Precisamos juntos defender do SUS.