SindSaúde-SP fará ato para denunciar problemas na saúde estadual nesta sexta-feira, 24 de maio
Autor: por Redação Sindsaúde-SP
23/05/2019
Crédito Imagem: SindSaúde-SP
O déficit de trabalhadores na Secretaria da Saúde é de 55.913. Além disso, a cada ano, em média, 2,4 mil profissionais deixam seus postos, causando sobrecarga de trabalho para quem está na ativa e longas de fila de espera para a população
Para denunciar as condições precárias da saúde pública no estado de São Paulo e os problemas enfrentados pelos usuários, trabalhadoras e trabalhadores durante a atuação profissional, o Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP) fará um ato performático amanhã, 24 de maio.
A concentração será às 10h, na Praça dos Ciclistas (na Av. Paulista, na altura do número 2.439 – próximo à estação Consolação do metrô). Às 11h, os manifestantes seguirão pela Avenida Paulista, em direção ao vão livre do Masp, entregando uma carta aberta para alertar à sociedade a situação enfrentada no Sistema Único da Saúde (SUS), no estado de São Paulo.
Os manifestantes caminharão divididos em alas. A primeira, representada por auxiliares, técnicos de enfermagem e enfermeiras, irá tratar sobre a Campanha Salarial e os problemas enfrentados durante a atuação profissional. A segunda será a ala das trabalhadoras e trabalhadores “zumbis”, fazendo um ato simbólico contra a Reforma da Previdência.
“Nessas três décadas de luta, conquistamos direitos e alguns índices de recomposição inflacionária, mas, nós, trabalhadoras e trabalhadores da Saúde Estadual de São Paulo, estamos sem aumento real há anos”, explica a presidenta do SindSaúde-SP, Cleonice Ribeiro. E completa: “Além dos problemas salariais durante o exercício profissional, ainda corremos o risco de não nos aposentarmos, se essa Reforma da Previdência for aprovada. E se a gente conseguir, será com um valor de benefício muito baixo, por isso não podemos nos calar, vamos para a rua denunciar os problemas que enfrentamos na Saúde.”
Os problemas enfrentados pela população como falta de medicamentos, longas filas de espera para o atendimento, realização de exames e procedimentos, devido à falta de investimentos na saúde, contratação de mais profissionais e manutenção dos equipamentos, serão interpretados por uma artista que fará intervenção ao longo do trajeto.
A falta de novos concursos causa sobrecarga nos profissionais que estão na ativa. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a cada ano, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) tem redução, em média, de quase 2,4 mil de seus profissionais. Em março de 2016 eram 53.269 trabalhadoras e trabalhadores contratados por concurso público. Em maio de 2017, eram 50.581 e em janeiro de 2018, já eram 48.555.
Além da redução de anual dos profissionais concursados há um déficit 55.913 trabalhadoras e trabalhadores deveriam ser contratados pela SES, em carreiras como técnico de enfermagem (15.858), auxiliar de saúde (11.233) e médico I (8.890).
Semana da Enfermagem
A presidenta do sindicato também ressalta que a manifestação faz parte do encerramento da 78ª Semana Brasileira da Enfermagem e tem o apoio do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP).
Campanha 2019
Nesta campanha salarial, as trabalhadoras e trabalhadores públicos da Saúde reivindicam a reposição das perdas salariais de 45,58%, o reajuste do valor do vale-refeição para R$ 34,49 por dia para todos os trabalhadores e aumento do valor do Prêmio de Incentivo para toda a categoria com isonomia dentro de cada nível, além de 30 horas semanais como jornada máxima de trabalho para os cargos administrativos das autarquias, sem redução de salário.
No dia 22 de abril, a diretoria do Sindsaúde-SP cobrou um posicionamento da Secretária de Estado da Saúde (SES) quanto à pauta de reivindicações, que foi protocolada em março deste ano. Contudo, o secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, alegou que ainda não tinha apreciado o conteúdo, com isso, ficou acertado que haverá uma nova reunião para discutir as solicitações dos trabalhadores. O Sindsaúde-SP ainda está aguardando o posicionamento da secretaria em relação a data da próxima mesa de negociação.
Perdas históricas
Desde 1º de março 2012, as trabalhadoras e trabalhadores tiveram um reajuste de apenas 3,5% e a inflação acumulada para o período foi de 50,68%, levando em consideração o Índice de Custo de Vida, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (ICV-Dieese). “Ficamos anos sem reajustes ou aumentos salariais por muitos anos, somente para repor o que a inflação levou dos nossos salários desde 2012, precisamos de um reajuste de 45,58% em 1º de março de 2019, considerando o ICV-Dieese”, enfatizam os trabalhadores no documento encaminhado ao governo.