Unimed faz festa de luxo com favela cenográfica e negro servindo churrasquinhos
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    Unimed faz festa de luxo com favela cenográfica e negro servindo churrasquinhos
    Autor: Pragmatismo Político
    11/09/2019

    Crédito Imagem: Pragmatismo Político

     
    Unimed monta favela cenográfica com negro servindo churrasquinho na laje em festa promovida para a "alta sociedade".  A empresa, que é uma das maiores patrocinadoras das palestras de Deltan Dallagnol, se manifestou após a repercussão do episódio unimed festa na favela.

    A operadora de planos de saúde Unimed promoveu uma festa de luxo que gerou uma série de críticas nas redes sociais.

    A empresa decorou a festa com um cenário que simulava uma favela, com direito a churrasco na laje servido por um homem negro, paredes com tijolos expostos, fios de ligação elétrica clandestina, roupas penduradas no varal e até uma pia cheia de louça.

    A festa foi promovida para os médicos cooperados da Unimed de São José do Rio Preto (interior de São Paulo), e ocorreu na última sexta-feira (6). O tema do evento era “País das Maravilhas”.

    Um vídeo do evento foi reproduzido pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL), acompanhado da seguinte legenda:

    “Foi com grande revolta que tomamos conhecimento que na noite desta sexta-feira (6), em São José do Rio Preto, interior de SP, a empresa Unimed promoveu uma luxuosa festa com temática de deboche à vida nas favelas e nas periferias. Como mostra o vídeo, o cenário reproduziu a vida de milhões de brasileiros, vítimas da imensa desigualdade social no nosso país, que é um dos mais injustos do mundo. Enquanto os convidados se deslumbravam com as roupas do ‘barraco’, os ‘gatos’ de quem não consegue pagar a conta de energia, o churrasco na laje servido por um homem negro (como parte das classes dominantes preferem ‘separar’ a sociedade), no outro salão podia-se ver o glamour do país das maravilhas da personagem Alice. É revoltante que as pessoas não tenham o mínimo de bom senso e empatia ao fazer da vida da maioria da população motivo para chacota. Mais triste ainda é saber que boa parte dos convidados desconhece ou ignora as mazelas de um Brasil que trata tão mal o povo trabalhador”

    A festa também recebeu críticas do Conselho Afro de Rio Preto. “Não bastante o tratamento superficial do que é a vivência em uma comunidade de favelas, a representação inclui como característica desse cenário a falta de organização e higiene, depreciando e denotando desdém à real situação de mais de 11 milhões de brasileiros, em sua maioria negros e negras”, disse a entidade em nota.

    Após a repercussão do episódio, a Unimed afirmou que “lamenta o mal-entendido ocasionado após publicações realizadas por participantes nas redes sociais sobre parte da cenografia do evento”.

    Segundo a companhia, o evento, “em linha com o compromisso social inerente ao Sistema Unimed, buscou despertar entre os convidados o senso crítico sobre a desigualdade social”.

    A empresa diz ainda que a ideia da festa era “retratar as mais diversas facetas do Brasil, apresentando em diferentes momentos e cenários símbolos socioculturais de orgulho dos brasileiros, como a magia do carnaval, os bonecos de Olinda, as baianas e os acarajés de Salvador, o futebol, entre outros elementos regionais”.

    Palestras

    Essa é a segunda vez que a Unimed ganha as manchetes nacionais em um período de uma semana. No último dia 5 de setembro, a empresa de planos de saúde se manifestou após a Folha de S.Paulo revelar patrocínios descomunais às palestras do procurador Deltan Dallagnol.

    Na ocasião, a empresa disse que a escolha pelo procurador passou pelo crivo “de sua rigorosa estrutura de Compliance”. Com relação aos patrocínios, a Unimed alegou que todos seguem a “Diretriz Nacional do Sistema Unimed”, “estabelecida para eventos, com avaliação responsável e priorizando temas essenciais para as comunidades nas quais as Unimeds estão inseridas”, completou.

    As empresas de planos de saúde foram citadas nas delações de Delcídio Amaral (ex-senador), Nelson José de Mello (ex-diretor do laboratório Hypermarcas) e Flavio Calazans de Freitas (ex-dono do Hypermarcas). Curiosamente, nenhuma delas foi alvo da Lava Jato — operação chefiada por Deltan Dallagnol.









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