Após anúncio do governo estadual que a Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp) está entre as instituições que serão extintas, as trabalhadoras e os trabalhadores decidiram fazer mobilização contra a possível destruição do serviço. Nesta quinta-feira (3), às 10h, haverá um abraço simbólico à instituição, localizada na Rua Oscar Freire, 2396, Cerqueira César, São Paulo - SP.
Os trabalhadores temem pelo desmonte do órgão que realiza diagnóstico precoce de câncer e reabilita pacientes mutilados por esta doença nas regiões da cabeça e pescoço. Esse serviço, que existe há quase 45 anos no estado de São Paulo, oferece um trabalho de excelência, atendendo a pacientes de todo o Brasil por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
A dentista Andréa Alves de Sousa conta que o Secretário de Saúde, José Henrique Germann Ferreira, alega que os serviços e os trabalhadores serão absorvidos por outros serviços, mas ela salienta que não é tão simples. “Nosso serviço é um dos poucos que oferece acesso simplificado e desburocratizado para a reabilitação. Se passarmos a integrar o atendimento de outros hospitais, nossos pacientes provavelmente terão que passar pela central de regulação, o que coloca barreiras para o tratamento”, explica Andréa.
A dentista também reforça a importância da reabilitação para os pacientes que já estão curados do câncer, mas sofrem devido às graves sequelas da doença. “A reabilitação na Fosp ajuda na reintegração social e retomada da autoestima, temos receio que as mudanças que sejam feitas pelo governo prejudiquem nossos pacientes, porque até agora não há clareza de como será feita”, lamenta.
A fundação também possui um laboratório que atendem à 540 unidades de saúde espalhadas pelo estado de São Paulo. Além disso, são realizados cerca de 250 mil exames de Papanicolau e 13,7 mil biópsias de colo, mama e pele por ano, sem contar os mais de 3 mil exames de imuno-histoquímica realizados por mês. “Todo o trabalho realizado ao longo de anos está em risco se a fundação for extinta”, avalia Cleonice Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (SindSaúde-SP).
Cleonice destaca o governo não informou aos trabalhadores como ficará a assistência à população e muito menos sobre seus postos de trabalho. “O SindSaúde-SP está apoiando as trabalhadoras e os trabalhadores, que estão preocupados com a preservação desse serviço especializado, que atende pacientes de todo o país”, explica Cleonice.
Petição
Os trabalhadores da Fosp organizaram uma petição online que já coletou mais de 8,2 mil assinaturas, em defesa da manutenção do serviço especializado gratuito e com qualidade.
Clique aqui e acesse a petição.
Serviço:
Ato em defesa da Fosp
Dia 3 de outubro, às 10h
Local: em frente à Fosp (Rua Oscar Freire, 2396, Cerqueira César, São Paulo – SP, próximo ao metrô Sumaré)