Com novas alíquotas, quem ganha 1 salário mínimo pagará 5% a menos e contribuirá 25% a mais
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    Com novas alíquotas, quem ganha 1 salário mínimo pagará 5% a menos e contribuirá 25% a mais
    Autor: por Marize Muniz, da CUT
    24/10/2019

    Crédito Imagem: Edson Rimonatto, da CUT

    Novas alíquotas que os trabalhadores e trabalhadoras terão de pagar ao INSS vão de 7,5% a 22%. Hoje, alíquotas vão de 8% a 11%. Com a reforma, você vai contribuir por mais tempo e receber benefício menor
     
    O plenário do Senado aprovou no dia 22 de outubro, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da Reforma da Previdência proposta pelo governo federal, por 60 votos a favor e 19 contra e na última quarta-feira (23), os senadores votam as emendas e depois marcam a data da promulgação, divulgação oficial.
     
    Entre as mudanças de regras que prejudicam os trabalhadores e trabalhadoras estão o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, a obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres se aposentarem, mudança nos cálculos dos valores dos benefícios que serão menores tanto para aposentadoria como para pensão das viúvas, viúvos e órfãos e alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mais altas.
     
    Não combate privilégios
    Atualmente, o trabalhador e a trabalhadora pagam alíquotas de até 11% sobre o salário ao INSS. Com a reforma, as alíquotas poderão ser de até 22%.
     
    O governo federal e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fizeram discursos ufanistas, elogiando a aprovação e afirmando que a reforma é boa para os mais pobres. Alcolumbre disse que a reforma corrige equívocos, combate privilégios e faz 'justiça social com aqueles que mais precisam'.
     
    Ele ignora que os trabalhadores vão pagar mais e receber menos, diz a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino.
     
    De acordo com ela, o trabalhador que ganha um salário mínimo (R$ 998,00) vai pagar com 5% a menos por mês ao INSS, mas com o aumento do tempo de contribuição de 35 anos para 40 anos para receber aposentadoria integral vai ter de contribuir 25% a mais ao longo da vida.
     
    “Onde está a justiça social?”, questiona Adriana.
     
     
    Confira como é hoje e como ficará:
     
    I - Regime Geral da Previdência Social (RGPS):
     
    Como é hoje: As alíquotas incidem sobre o salário bruto.
     
    1 - Quem ganha de um salário mínimo (R$ 998,00) até R$ 1.751,81 contribui ao INSS com 8% do salário.
     
    Exemplos:
     
    R$ 998,00 x 8% = R$ 79,84;
     
    R$ 1.751,81 x 8% = R$ 140,14.
     
    2 - Quem ganha de R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 contribui com 9%, no máximo R$ 262,77.
     
    3 - Quem ganha mais de R$ 2.919,72 contribui com 11%, mas a incidência da alíquota é limitada ao teto previdenciário, que hoje é de R$ 5.839,45.
     
     
    Como ficará quando a reforma começar a vigorar:
     
    1 - Quem ganha até um salário mínimo contribuirá ao INSS com alíquota de 7,5%, o equivalente a R$ 74,85 por mês.
     
    A partir de R$ 998,01 a cobrança da alíquota será progressiva:
     
    2 - Quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2.000,00 contribuirá mensalmente ao INSS com alíquota de 9%.
     
    Exemplo:
     
    Até R$ 998,00 alíquota é de 7,5% (R$ 74,85);
     
    Em cima do R$ 0,1 a alíquota será de 9% (R$ 0,0009).
     
    3 - Quem ganha de R$ 2.000,01 a R$ 3.000,00 pagará alíquota de 12%.
     
    Exemplo:
     
    Um trabalhador que ganha R$ 2.200,00 hoje contribuir ao INSS com R$ 198,00 (9% do salário). Com a reforma, a alíquota dele sobre para 12%, mas o cálculo será progressivo:
     
    -  7,5% sobre R$ 998,00 (R$ 74,85);
     
    - 9% sobre R$ 1.002,00 (R$ 90,18);
     
    - 12% sobre R$ 200,00 (R$ 24,00).
     
    Ele pagará por mês ao INSS R$ 189,03.
     
    4 - Quem ganha de 3.000,01 a R$ 5.839,45 pagará alíquota de 14%.
     
    5 - Quem ganha de R$ 5.839,46 a R$ 10.000,00 pagará alíquota de 14,5%.
     
    6 - Quem ganha de R$ 10.000,01 a R$ 20.000,00 pagará alíquota de 16,5%.
     
    7 - Quem ganha de R$ 20.000,01 a R$ 39.000,00 pagará alíquota de 19%.
     
    8 - Quem ganha acima de R$ 39.000,00 pagará alíquota de 22%.
     
     
    Alíquota progressiva. Fonte: Dieese

    II - Regime Próprio de Previdência Social (RPPS):
     
    Os servidores que ingressaram no setor público antes de 2003 e não têm aposentadoria limitada ao teto do INSS e recebem R$ 25 mil por mês hoje contribuem com 11% de previdência (R$ 2.750,00).
     
    Com a reforma, vão contribuir com R$ 3.885,83.
     
    O cálculo será progressivo e será feito da seguinte maneira:
     
    - 7,5% sobre R$ 998,00 (R$ 74,85);
     
    - 9% sobre R$ 1.001,00 (R$ 998 a R$ 2 mil) = R$ 90,18;
     
    - 12% sobre R$ 1 mil (R$ 2 mil a R$ 3 mil) = R$ 120,00;
     
    - 14% sobre R$ 2.839,45 (R$ 3 mil até o teto do INSS) = R$ 397,52;
     
    - 14,5% sobre R$ 4.160,55 (teto do INSS a R$ 10 mil) = R$ 603,28;
     
    - 16,5% sobre R$ 10 mil (R$ 10 mil a R$ 20 mil) = R$ 1.650,00;
     
    - 19% sobre R$ 5 mil (R$ 20 mil a R$ 25 mil) = R$ 950,00.









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