População de rua precisa de cuidados ainda maiores, diante das ameaças do Covid-19  

 

A Pandemia de Coronavírus tem um recorte de classe muito forte, os setores mais vulneráveis da sociedade sofrerão muito mais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou um perfil de risco que envolve, além da idade, o histórico de doenças, de alimentação e de qualidade de vida das pessoas.

 

Os que têm menor acesso a cinco refeições diárias, com uma boa variedade de nutrientes, e nem acesso a saneamento básico, tem menos condições de se curar da contaminação por Covid-19.

 

Neste perfil, as pessoas mais vulneráveis são os moradores de rua. O pior é que essa população só tem aumentado com a crise econômica, aprofundada pelas reformas neoliberais e a redução dos serviços públicos.

 

Em 2015, havia quase 16 mil moradores de rua na cidade de São Paulo. Em 2019, esse número saltou para mais de 24 mil, um aumento de 53%, segundo pesquisa da Prefeitura. No Brasil não é diferente, estima-se que existam mais de 100 mil pessoas que moram nas ruas, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

 

O SindSaúde-SP tem denunciado como esta crise nos alerta que há a necessidade de medidas coletivas, que devem ser promovidas pelo Estado brasileiro. Estamos vendo uma prova inegável da importância de serviços públicos de qualidade somados às políticas de distribuição de renda e proteção dos mais pobres.

 

Para o SindSaúde-SP todas as vidas importam e a ausência de um olhar dos governos para as pessoas que vivem nas ruas pode esconder uma política higienista, que vai permitir que essas pessoas, simplesmente, morram doentes. Corremos o risco de ver acontecer um verdadeiro genocídio em nossas cidades.

 

Por isso, é importante que todos os cidadãos e todas as cidadãs cobrem seus governantes, para que cuidem dos segmentos mais vulneráveis da sociedade. E que fique registrado na história a importância do SUS, do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), e das servidoras e dos servidores públicos que atuam nessa área.