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    Adeus a Regina Parizi, defensora incansável do SUS, da ética na medicina e da dignidade dos pacientes
    Autor: VioMundo - Mario Sheffer
    17/06/2020

    Crédito Imagem: Osmar Bustos

    Faleceu, no dia 16 de junho de 2020, a médica sanitarista Regina Parizi, que travava batalha contra o câncer. Regina foi a primeira mulher presidente de um Conselho de Medicina do país, o Cremesp, em 1993. Mestra em Saúde Pública, Doutora em Bioética, foi também vice-presidente do Conselho Federal de Medicina e presidiu a Sociedade Brasileira de Bioética.
     
    Médica do SUS, que incansavelmente defendia, da Prefeitura de São Paulo e do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), participou da criação da Comissão Nacional de Residência Médica, do MEC.

    Foi ativa militante e liderança do movimento médico, em momentos históricos nos quais os médicos de serviços, médicos residentes, sindicatos, conselhos e associações médicas, juntavam-se na defesa da saúde pública universal e da Democracia.

    Durante os anos difíceis da epidemia da aids, Regina encaminhou resoluções éticas em defesa da dignidade das pessoas que vivem com HIV. Nos anos 1990, teve papel decisivo na articulação de médicos, consumidores e usuários que conquistou a regulamentação dos planos de saúde.

    Contribuiu para organizar e aumentar a inserção social do Partido dos Trabalhadores, do qual foi candidata a deputada. Sempre empenhou-se na valorização do funcionalismo público, como quando esteve à frente da Geap, a maior autogestão de assistência à saúde, voltada aos servidores federais.

    Durona e enfática, promovia o diálogo e a conciliação nas suas incansáveis jornadas pela ética na Medicina, por melhores condições de trabalho e remuneração dos médicos, e pela defesa da igualdade de gênero na profissão.

    Em sua última entrevista, incentivou que “as médicas jovens devem seguir seus sonhos, devem ser tudo o que quiserem ser, porque elas têm as mesmas qualidades e capacidades dos médicos”

    Regina compartilhou entusiasmo, persistência e coragem com seus colegas e demais profissionais de saúde. Ainda há pouco, distribuía conhecimentos sobre os desafios de ser médica e paciente no Brasil.

    Deixa seu amado companheiro, o médico ginecologista Eurípedes, e seus filhos Matheus e Thiago. Deixa também saudade e um imenso aperto no coração dos amigos e amigas que cultivou.

    P.S. de Conceição Lemes: No final de 2017, perdemos a médica Fátima Oliveira. Agora, Regina Parizi. Fui testemunha de tudo o que Mário Scheffer, jornalista e professor da USP, relata sobre Regina. É a mais cristalina verdade.

    Aliás, foi ele quem me apresentou Regina no Cremesp. Já está doendo demais. Regina vai fazer muita falta, ainda mais neste momento tão sombrio da vida brasileira, assim como Fátima já está fazendo.

    Defensoras incansáveis do SUS, as duas, num ambiente predominantemente masculino, não mandavam recado. Diziam direto o que precisava ser dito. Seguramente, duas referências importantes para as jovens médicas.Exemplos de competência, ética, altivez e dignidade.

    Que saudade, queridíssimas doutoras!

    Regina, presente! Fátima, presente!

    Em tempo. A nossa última entrevista foi sobre o caso da dona Marisa Letícia. Regina era presidente da Sociedade Brasileira de Bioética: O que esses jovens médicos fizeram é um absurdo; terão que aprender da pior maneira possível.









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