No Dia Mundial da Alimentação, vamos nos lembrar de quem tem fome
Autor: Redação - SindSaúde-SP
16/10/2020
Crédito Imagem: SindSaúde-SP
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) escolheu o dia 16 de outubro como o Dia Mundial da Alimentação para lembrar a sua criação, em 1945. Neste ano de 2020, em que milhões de pessoas no mundo caminham para a extrema pobreza, incluindo o Brasil, esta data se torna bastante emblemática, devido à pandemia de Covid-19.
No primeiro ano em que foi celebrada, em 1981, o tema escolhido pela FAO foi “A comida vem primeiro”. Na campanha deste ano, o organismo internacional escolheu como tema “Mude o futuro da migração, invista em segurança alimentar e desenvolvimento rural”.
Com a mensagem, a FAO quer se lembrar dos milhões de pessoas no mundo todo que são forçadas a deixar seus países devido, principalmente, a guerras, conflitos étnicos, pobreza, fome, falta de acesso a recursos naturais e ao impacto da mudança climática.
Pandemia
Infelizmente, os impactos econômicos provocados pela pandemia de Covid-19, que vêm mudando o cenário mundial desde fevereiro, devem piorar esse cenário.
O alerta partiu do economista Daniel Balaban, chefe do escritório brasileiro do Programa Mundial de Alimentos (WFP, na sigla em inglês), ligado à ONU, e que ganhou o Nobel da Paz este ano. Em entrevista à imprensa brasileira, ele disse que a pandemia pode levar 130 milhões de pessoas no mundo para a extrema pobreza, além de dobrar o número de habitantes com fome crônica (quem não tem alimentos suficientes no fim do dia).
Segundo dados da agência, o mundo tem 821 milhões de pessoas em insegurança alimentar e 135 milhões que realmente passam fome.
Ou seja, ao final deste ano, seriam 265 milhões de pessoas sem ter alimento suficiente para sobreviver com dignidade.
Brasil
No Brasil, que conseguiu combater a fome em 2014, cerca de 5,4 milhões de pessoas devem passar para a extrema pobreza, somando 14,7 milhões de cidadãos até o fim de 2020 (7% da população, segundo estudos do Banco Mundial).
Entram no Mapa da Fome países com mais de 5% da população em pobreza extrema, o que significa viver, no caso do Brasil, com menos de R$ 10 por dia.
Dados do Banco Mundial, de 2018, apontam que 9,3 milhões de brasileiros vivem nessa situação.
O SindSaúde-SP lamenta que o Brasil esteja caminhando novamente ao Mapa da Fome e deseja que, antes que isso aconteça, medidas emergenciais sejam tomadas para levar dignidade àqueles que vivem na extrema pobreza.