Notícia
Nesta terça-feira (1º) comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, data instituída em 1987 pela Assembleia Mundial da Saúde, com apoio das Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, onde a data é lembrada desde 1988, os casos de infecção vêm caindo ano após ano, mas ainda é necessário fazer um alerta para a importância da testagem para HIV, especialmente neste ano, quando todas as atenções estão voltadas para a pandemia de Covid-19.
No ano passado, campanha lançada pelo Ministério da Saúde alertava que 93% das pessoas que testaram positivamente para o vírus HIV no Brasil já estavam em tratamento com níveis indetectáveis do vírus. Em contrapartida, cerca de 135 mil brasileiros não sabiam que estavam infectados.
Dados do Boletim Epidemiológico do ministério mostravam que, de 1980 a junho de 2019, foram identificados 966.058 mil casos de Aids no Brasil. A média anual de novos casos da doença, nos últimos cinco anos (até junho do ano passado), estava na casa de 39 mil, com maiores concentrações nas regiões Sul e Sudeste.
Além disso, os dados mostravam que as populações negras, pobres e com baixa escolaridade ainda eram as mais atingidas no país. Por isso a importância das campanhas de conscientização, como o Dezembro Vermelho, instituída no Brasil em novembro de 2017.
Prevenção e tratamento
A prevenção é o melhor caminho para se evitar a infecção por HIV. É importante lembrar sempre que, embora haja tratamento, não há cura para a doença. A dica é: sexo com proteção, sempre. No mercado, há camisinhas para homens e para mulheres também. Inclusive, é possível pegá-las gratuitamente em postos de saúde.
Sobre o diagnóstico, quanto mais precoce ele for feito, melhor, pois mais bem-sucedido será o tratamento contra a doença, disponibilizado integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por essa razão, quem estiver com dúvidas sobre se foi infectado ou não deve fazer o teste (também disponível na rede SUS) o quanto antes.
Seguir o tratamento com medicamentos antirretrovirais é essencial para o controle do HIV e o alcance de índices indetectáveis do vírus, que é quando se diminui as chances de adoecimento (afinal, nem todos os pacientes infectados desenvolvem a doença), morte e de transmissão do vírus para outras pessoas.
O risco de infecção por HIV é 26 vezes maior entre homens que fazem sexo com homens; 29 vezes maior entre pessoas que usam drogas injetáveis; 30 vezes maior para trabalhadoras do sexo; e 13 vezes maior para pessoas transexuais.
HIV e Covid-19
A pandemia de Covid-19 neste ano trouxe um desafio para o tratamento contra o HIV/Aids. De acordo com o Unaids, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, os lockdowns e fechamentos de fronteiras pela pandemia de Covid-19 estão impactando a produção, distribuição e também devem impactar nos preços de medicamentos contra a doença este ano.
Estima-se que seis meses de interrupção completa do tratamento pode levar mais de 500 mil pessoas infectadas a morrer.
Mundo
Desde o início da epidemia de Aids, há cerca de 40 anos, até o fim de 2019, 75,7 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV no mundo, segundo informações do Unaids, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids. Desse total, 32,7 milhões morreram de doenças relacionadas à Aids.
No mundo todo, havia, em 2019, 38 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo 36,2 milhões de adultos e 1 milhão de crianças com menos de 15 anos. No ano passado, 82% do total de infectados tinham acesso ao tratamento antirretroviral.
Desde o pico da doença, em 1998, novas infecções por HIV foram reduzidas em 40%. Já as mortes relacionadas à Aids caíram em mais de 60% desde 2004.
No mundo todo, especialmente na África, mulheres e meninas representaram cerca de 48% de todas as novas infecções por HIV em 2019. Muitas delas foram contaminadas após sofrerem violência sexual.
Apesar da queda, no ano passado, cerca de 690 mil pessoas no mundo todo morreram de doenças relacionadas à Aids em comparação com 1,1 milhão em 2010.