Notícia
A entrada do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (IABAS) na gestão da Unidade Básica de Saúde (UBS) de Santa Cecília, na região central de São Paulo, tem preocupado os usuários do serviço de hormonioterapia da unidade. Eles temem pelo fim do serviço e, ontem de manhã (1º), realizaram um protesto em frente à Secretaria Municipal de Saúde cobrando providências da gestão Bruno Covas para que não fiquem desassistidos.
Implantado de modo pioneiro na UBS Santa Cecília, o tratamento atende cerca de 900 pessoas transexuais e travestis, o que demonstra a importância desse tipo de serviço a essa população, normalmente desassistida pelo poder público.
A exemplo do que ocorre nas administrações tucanas quando decidem terceirizar a gestão de unidades de saúde, os usuários dizem que a transição da gestão para a IABAS ocorreu sem que o conselho gestor da UBS e eles mesmos fossem ouvidos.
Lembrando que, a transferência da gestão para essa organização social, que coleciona problemas no Rio de Janeiro, especialmente por conta da má gestão dos hospitais de campanha durante a pandemia, já é um problema por si só.
Sucateamento
O serviço de hormonioterapia foi uma conquista do movimento de transexuais e travestis. Implantado na gestão de Fernando Haddad, os usuários reclamam que desde a saída dele da prefeitura, em 2016, o serviço vem sendo sucateado.
Eles reclamam, por exemplo, que hormônios e bloqueadores usados no tratamento estão sendo substituídos por outros, de qualidade inferior.
A manutenção do serviço de hormonioterapia é extremamente importante, pois é uma forma de que essa população possa fazê-lo do modo mais seguro possível, por ter a necessidade de acompanhamento médico interdisciplinar.