Notícia
A quarta edição da pesquisa “Viver em São Paulo: Mulher”, divulgada ontem (08), mostrou que 31% das paulistanas afirmaram já ter sofrido assédio no ambiente de trabalho. No entanto, para 52% delas é no transporte público que esse tipo de crime acontece com mais frequência.
Das entrevistadas, 47% já afirmaram ter sofrido algum tipo de assédio no transporte público, sendo que 36% disseram ter enfrentado uma “abordagem desrespeitosa”. Outros locais onde relataram ter sido vítimas de assédio foram a rua (20%) e o ambiente familiar (19%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 de dezembro de 2020 e 4 de janeiro de 2021, com entrevistas on-line e domiciliares, no município de São Paulo. Foram 800 entrevistados(as) a partir dos 16 anos. Parte das perguntas foi feita apenas para mulheres – 425 entrevistadas.
O levantamento foi realizado pela Rede Nossa São Paulo e pelo instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), empresa originada do Ibope Inteligência.
Violência de gênero
Para 83% dos entrevistados, o assédio sexual e a violência contra a mulher aumentaram. Por essa razão, 53% deles defenderam aumentar as penas contra crimes de violência contra mulheres, enquanto 42% mencionaram como medida prioritária ampliar serviços de proteção às mulheres em situação de violência em todas as regiões da cidade. Outros 36% apontaram para a necessidade de que sejam criadas novas leis de proteção à mulher.
Das entrevistadas, 72% relataram ter medo de roubo, contra 54% dos homens, e 59% disseram ter medo de assédio sexual e 60%, de estupro.
Elas apontaram os aplicativos de celular como a forma com a qual se sentem mais confortáveis para denunciar (40% das entrevistadas).
Divisão de tarefas
Fazendo um recorte daqueles que residem em uma casa onde há um homem e uma mulher, 88% dos(as) entrevistados(as) mencionaram que é a mulher quem mais assume os cuidados diários com os(as) filhos(as); 85% indicaram que a mulher é quem cuida mais da limpeza da casa; e 84% a apontaram como aquela quem mais assume os cuidados médicos dos(as) filhos(as).
As únicas atividades mencionadas como sendo basicamente realizadas por homens foram tirar o lixo e fazer a manutenção da casa – 58% e 78% dos entrevistados, respectivamente.
A pesquisa reforçou a percepção de que a carga mental das mulheres é muito maior que a dos homens na pandemia.