Nunca falar de saúde foi tão necessário
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    Nunca falar de saúde foi tão necessário
    Autor: Editorial - SindSaúde-SP
    09/04/2021

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Neste sábado (10), se encerra o ciclo de lives organizado pela Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP), e do qual o SindSaúde-SP tomou parte, dentro da semana em que se celebra o Dia Mundial da Saúde (na quarta-feira, 07). Os debates, que tiveram as participações da secretária Geral do Sindicato, Célia Regina Costa, e do deputado federal Alexandre Padilha (live do dia 07), foram extremamente importantes e necessários em um momento em que a saúde anda tão machucada.

    Em carta aberta direcionada à população, a coalizão de entidades que participaram das lives conclamaram todos moverem-se, lembrando que somente a ação conjunta e coordenada será capaz de nos tirar do atoleiro em que estamos.

    No documento, o grupo lembra da responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro por sua péssima condução da pandemia, que acabou nos deixando praticamente sem vacina, mas, principalmente, sua negativa em reconhecer a gravidade da doença.

    Mas não só. A coalizão de entidades também responsabiliza o governador de São Paulo, João Doria Jr., e o prefeito Bruno Covas, que muitas vezes cederam à pressão da iniciativa privada para manter a roda da economia girando, colocando em risco os mais vulneráveis, que precisam aglomerar-se no transporte público para cumprirem a jornada de trabalho.

    Além disso, tanto Doria quanto Covas também devem ser responsabilizados pelo sucateamento dos equipamentos públicos de saúde ao longo de todos os anos que o PSDB esteve na gestão do estado e do município.

    Isso sem falar e outro aspecto bastante sintomático de governos tucanos, que é a desvalorização constante do funcionalismo público, essencial na prestação do serviço de saúde à população paulista.

    4 mil

    Uma triste ironia é que, na Semana Mundial de Saúde, atingimos o recorde de mais de 4 mil óbitos diários.

    Na mesma semana que atingimos números tão graves, o presidente Jair Bolsonaro participou de jantar com empresários que representam boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, incluindo alguns banqueiros, para tratar de vacinação.

    Enquanto o povo se esfola nas filas de hospitais, muitos sem atendimento... enquanto coveiros estão exauridos de tanto trabalhar na abertura de covas, Bolsonaro era ovacionado pelos empresários.

    Vacina

    Falando em vacinação, outro duro golpe veio da Câmara dos Deputados e da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que aprovaram projetos que permitem à iniciativa privada furar a fila da vacina.

    Antes, uma legislação permitia ao empresariado comprar vacinas, desde que as doses fossem doadas integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, o projeto aprovado pela Câmara, que seguiu para votação no Senado, permitirá a eles comprarem vacinas para a imunização de seus trabalhadores, sob o argumento de que a roda da economia não pode parar, enquanto muitos brasileiros continuam morrendo de Covid-19.

    Enquanto isso...

    ... na cidade de São Paulo, conforme levantamento da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), a Covid-19 fez disparar o número de certidões de óbitos, que já alcançam o de nascimentos na cidade. É quase que dizer que, para cada paulistano que nasce, outro morre para dar espaço.

    Em março, na média diária foram registradas 434 certidões de nascimento e 412 de óbitos.

    E assim vamos caminhando da fase emergencial para a fase vermelha no estado de São Paulo, a partir de segunda-feira (12), com a volta do Campeonato Paulista de Futebol e das aulas presenciais na rede pública de ensino, como se não estivessem morrendo centenas de brasileiros todos os dias.










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