Falta de insumos para produção de vacinas e, também, de doses de vacinas; altas taxas de mortes e pandemia totalmente fora de controle. Por tudo isso, ao menos 22 países decidiram proibir voos vindos do Brasil, colocando o país como o mais novo pária internacional.

Além disso, também viramos motivo de chacota no parlamento francês e de acusações no parlamento europeu, que acusou o presidente Jair Bolsonaro de crime contra a humanidade.

Assustados com as variantes do coronavírus surgidas no país, consideradas mais transmissíveis e agressivas, países como França, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Áustria, Bangladesh, Cidade do Vaticano, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, Holanda, Irã, Itália, Japão, Marrocos, Omã, Paquistão, Peru, Reino Unido e San Marino decidiram barrar a entrada de brasileiros em seus territórios.

Nas 24 horas encerradas ontem (15), o Brasil atingiu, mais uma vez, a triste marca de quase 4 mil óbitos (3.774 ontem e 3.462 no dia anterior), totalizando mais de 365 mil vidas perdidas e quase 13,8 milhões de casos de Covid-19.

Piada e acusação

Na terça-feira passada (13), durante anúncio da suspensão de voos entre França e Brasil, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, disse que o Brasil é o país que mais receita cloroquina/hidroxicloroquina como tratamento para a Covid-19. Fez os deputados rirem ao associar o crescimento descontrolado da doença no Brasil ao uso de tratamento com esses medicamentos, os quais a Ciência já comprovou que não tem eficácia contra o coronavírus.

Já no parlamento europeu, o presidente Jair Bolsonaro foi acusado de cometer crime contra a humanidade. Em sessão realizada ontem, deputados afirmaram que a situação no Brasil é resultado das decisões – ou da falta delas – de Bolsonaro. A notícia foi publicada na coluna do jornalista Jamil Chade, no portal de notícias “UOL”.

O deputado Miguel Urban Crespo, do partido espanhol Podemos, disse que Bolsonaro “declarou guerra aos pobres, à Ciência, à vida e à medicina”. “Vamos dizer claramente: a necropolítica de Bolsonaro é um crime contra a humanidade e contra o povo brasileiro”, disse.

Falta de insumos

Levantamento da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) apontou que 30% dos hospitais (20) estão com baixo estoque de anestésico e “kit intubação” no Brasil. As unidades estão nas cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Uberlândia (MG), Juiz de Fora (MG), São Paulo (SP), Atibaia (SP), Niterói (RJ), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB) e Salvador (BA).

A Santa Casa de São Carlos, no interior de São Paulo, fechou ao menos seis leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à falta de “kit intubação”.

Além disso, quatro capitais brasileiras – Salvador, Curitiba, João Pessoa e Rio Branco – paralisaram a imunização da população devido à falta de doses. A escassez ocorre principalmente pela ausência de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) para produção e envase das doses da Coronavac, responsável por 85% da imunização de brasileiros até agora.

Com informações de Rede Brasil Atual, Brasil de Fato, Portal G1 e CUT