Notícia
Um parecer emitido pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que proíbe videochamadas entre pacientes com Covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e seus familiares, tem gerado críticas por parte de entidades médicas e profissionais. No entendimento deles, em meio à pandemia, as chamadas virtuais são o único recurso de contato capaz de trazer conforto e dignidade para doentes e familiares.
O parecer, baseado em regras de 2016 do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do próprio Cremesp, proíbe videochamadas entre pacientes intubados, sedados ou em coma, argumentando que, nesses estados, eles não têm condições de expressar seu consentimento para aderir à chamada e interagir com os parentes.
O parecer foi emitido e homologado em 11 de março de 2021, e assinado pelo relator-conselheiro Mario Jorge Tsuchiya.
Pandemia
As videochamadas foram adotadas por vários hospitais como forma de manter o contato entre doente e família, levando-se em conta as inúmeras restrições de acompanhantes nessas unidades.
Em nota, o Cremesp reforçou a importância da interação dos pacientes com familiares e amigos, mas disse que “o sigilo médico e a privacidade dos pacientes é imperativo nesse contexto”.
A medida foi criticada por entidades médicas de cuidados paliativos, medicina preventiva e psico-oncologia. Elas entendem que a pandemia agravou o sofrimento mental de pacientes críticos e de seus familiares, e que há um entendimento entre instituições de saúde e sociedades científicas de que os recursos virtuais podem minimizá-lo.
Com informações da Folha de S.Paulo.