Notícia
Mesmo com toda mobilização do funcionalismo público de Poá para que fosse rejeitado, o Projeto de Lei 26/2021, que congela o vale-alimentação do funcionalismo público municipal a partir de maio por tempo indeterminado, foi aprovado pelos vereadores na sexta-feira passada (23).
Ontem (26), lideranças sindicais, incluindo do SindSaúde-SP, reuniram-se com a prefeita tucana Marcia Bin para discutir caminhos para minimizar o impacto da proposta na vida dos(as) trabalhadores(as) municipais. Após o encontro, ficaram surpresas com a fala da prefeita, publicada no site da prefeitura e viralizada em redes sociais, de que eles seriam contrários a uma possível greve.
Em notícia veiculada no site, a prefeita tucana, eleita como “Marcia Bin Esposa do Testinha” diz: “Essa não é a primeira reunião que realizamos com os representantes sindicais e, por manter esse diálogo, os sindicatos têm se posicionado contrários a uma possível greve dos servidores. Os sindicatos informaram que pretendem conversar com os funcionários municipais para que não realizem essa paralisação”.
A diretora da Região de Mogi das Cruzes, Kátia dos Santos, esteve no encontro e, pelo que consta, em nenhum momento esse tema foi abordado publicamente na reunião.
“O que eu disse à prefeita é que eu entendo, reconheço as dificuldades enfrentadas pelo município em suas contas, mas frisei que não concordo com essa penalização aos trabalhadores. Sobre greve, dissemos que essa é uma decisão das trabalhadoras e trabalhadores”, disse a diretora.
Nota do SindSaúde-SP
A fala da prefeita tem sido usada por oportunistas contrários à luta das trabalhadoras e trabalhadores, que estão tentando prejudicar a imagem dos sindicatos, incluindo a do SindSaúde-SP, e da luta legítima do funcionalismo público de Poá que, desde março, quando a primeira versão do projeto foi encaminhada à Câmara, mobilizou-se para que a proposta não fosse aprovada.
O SindSaúde-SP repudia a informação da prefeita e informa que a decisão de paralisação é de livre arbítrio das trabalhadoras e trabalhadores de Poá, atingidos pela medida. O Sindicato é uma instância democrática, que representa os(as) trabalhadores(as) para garantir que seus direitos, incluindo o de realizar greve, sejam respeitados.
A direção do SindSaúde-SP relembra que, ao longo de seus anos de luta para defender o funcionalismo público da saúde, realizou duas greves em Poá, “inclusive uma delas virando Natal e ano-novo, ou seja, uma resistência imensa para impedir a terceirização local”. Por isso, a entidade não aceitará qualquer “manobra da prefeita Marcia Bin, no sentindo de atiçar oportunistas e prejudicar a imagem do Sindicato, que sempre zelou pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores que representa”.
“O que é prefeita quer é instigar candidatos derrotados, cheios de rancor, ex-secretários que podiam ter solucionado vários problemas na saúde municipal, mas não o fizeram porque são aventureiros em busca de construir seus próprios nomes, com vantagens pessoais. E pior! Querem construir esse legado para si próprios em cima da história de quem sempre travou o bom combate, tentando desconstruir a história de mais de 30 anos do SindSaúde-SP. Perguntamos: a serviço de quem estão os que tentam usar as mentiras da prefeita?”, diz a nota.
Por fim, o SindSaúde-SP diz que “as trabalhadoras e trabalhadores conhecem seu Sindicato e darão a devida resposta aos oportunistas. Como diz o ditado: os cães ladram e a caravana passa”.
Histórico
O PL 26 congela o vale-alimentação de R$ 400 das trabalhadoras e trabalhadores do serviço público municipal, incluindo educação e saúde, o que é considerado uma afronta pelo SindSaúde-SP, uma vez que estamos no meio de uma pandemia com efeitos econômicos devastadores na vida daqueles que já sofrem com perdas salariais.
Na reunião de ontem com as lideranças sindicais, a prefeita argumentou que, se o PL não fosse aprovado, as contas do município poderiam entrar em colapso já a partir deste ano.
Como sempre, as trabalhadoras e trabalhadores estão pagando o preço da má gestão de recursos públicos.
Confira abaixo a lista dos vereadores que aprovaram o PL 26 de Poá:
Tio Deivão (PL); Emerson Dentinho (PTB); Fábio Suru (PROS); Henrique Novaes (PRTB); Fabrício Brasa Chopp (PSDB); Lucas Ferrari (PSC); Marcílio Duarth (PL), Patrícia Bin do Testinha (PSDB) e Welson Lopes (PL).