Notícia
Relatório divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) acendeu um alerta vermelho a respeito das jornadas de trabalho excessivas. Segundo a organização, 745 mil trabalhadores morreram, em 154 países, em decorrência de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (AVCs) provocados por cargas horárias acima das 55 horas semanais.
A primeira análise global de perdas de vidas e saúde foi feita pela OMS em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O levantamento é fruto da análise de mais de 2.300 pesquisas realizadas em 154 países.
Conforme dados do estudo, trabalhar 55 ou mais horas por semana está associado a um risco 35% maior de que o trabalhador tenha um AVC e risco 17% maior de ele morrer de doença cardíaca isquêmica, em comparação a trabalhar entre 35 e 40 horas por semana.
As doenças relacionadas ao trabalho atingem mais os homens, com 72% das mortes, e pessoas com idade entre 60 e 79 anos que cumpriram jornadas excessivas entre 45 e 74 anos, o que significa que trabalhar demais tem consequências futuras.
Pandemia
Embora a análise seja de 2016, as organizações concluíram ainda que, nos dias atuais, há mais pessoas se submetendo a longas jornadas no mundo – atualmente está em 9% da população mundial.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a situação deve piorar com a pandemia. “O teletrabalho tornou-se a norma em muitos setores, muitas vezes confundindo a fronteira entre casa e trabalho. Além disso, empresas foram forçadas a cortar, e os que ficaram acabam trabalhando mais”, disse.
Ele pontuou ainda que “nenhum trabalho compensa o risco de derrame ou doença cardíaca”, e fez um apelo a governos, empregadores e funcionários para que entre em acordo sobre os limites da jornada de trabalho.
Com informações da Folha de S.Paulo.