O governador de São Paulo, João Doria Jr. (PSDB), anunciou na última quarta-feira (19) que vai criar nova fase da quarentena com menos restrições, praticamente igual à fase verde já existente no Plano São Paulo, mas que, segundo o governo, se enquadraria entre as fases vermelha e laranja. A ideia do governo é de que a nova fase passe a valer a partir de 1º de junho. Até lá, o estado fica na chamada “fase de transição”, implementada em 23 de abril.

Contudo, dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgados na quarta-feira passada, mostra que a média móvel de óbitos no estado, nos últimos 7 dias, foi de 499, número ainda elevado.

O governo alega que o número de mortes e casos graves vai diminuir nos próximos 30 dias por conta da vacinação e alega que, se não houver queda, é por conta da população que não está cumprindo os protocolos de segurança.

“Estamos cientes de que estamos em patamares elevados. Mas hoje as projeções são mais baseadas no comportamento das pessoas. Se 95% delas usarem máscaras, teremos cenário otimista. Se pessoas vacinadas mantiverem os cuidados, vamos ter uma boa evolução. Até 15 ou 30 dias, vamos manter números elevados e vai começar a cair. O comportamento das pessoas é que vai determinar a velocidade da redução”, afirmou o coordenador-executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

Contradição

Há pelo menos dois pontos contraditórios nos argumentos do governo do estado. Primeiro, se o governo libera o comércio, a consequência é o aumento da circulação de trabalhadores e consumidores nesses locais, logo, não há como manter o distanciamento seguro nos transportes. Então, ao deixar as fases mais brandas, o próprio governo está liberando para que haja aglomerações.

A segunda contradição é que nem mesmo o governo sabe se haverá vacinas suficientes para atender ao cronograma, tendo em vista que há previsão para chegada de novos insumos para produção de imunizantes pelo Instituto Butantan.

Segundo informações do site VacinaJá, divulgadas às 11h de ontem (20), menos de 5 milhões de pessoas em todo o estado já receberam as duas doses, isso representa pouco mais de 11% da população de todo o estado.

Novas fases

Até o dia 31 de maio, todo o estado está em fase de transição, o que permite os setores de comércio e serviços atenderem 30% da capacidade total até as 21h. O toque de recolher está mantido das 21h às 5h. 

Com a nova fase a partir de junho, os estabelecimentos poderão atender 60% da capacidade. Além do comércio e serviços, os espaços culturais e restaurantes também poderão funcionar, todos até as 22h.

Com informações da Rede Brasil Atual.