Notícia
Entre janeiro e abril deste ano, pouco mais de 650 grávidas e mães de recém-nascidos morreram em consequência de Covid-19. Este número já é maior do que o total de óbitos registrados por gestantes e puérperas ao longo de todo o ano de 2020 (432). Os dados são do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
Segundo o médico obstetra Marcos Nakamura, pesquisador do instituto, “se nada for feito em relação a esse cenário, o número de óbitos de gestantes e puérperas, até dezembro, pode ser de três a quatro vezes maior do que em 2020”.
Comparativamente aos demais grupos da população, ele disse que a letalidade das gestantes e puérperas “mais do que dobrou”. “Em 2020, no pico da pandemia, a taxa era de 9%. Em abril (deste ano), foi de 20%.”
Sem comorbidades
As grávidas e puérperas só foram incluídas no grupo prioritário do Plano Nacional de Imunizações (PNI) apenas no fim de abril, mas, em 11 de maio, a orientação foi mudada para que somente aquelas com comorbidades fossem imunizadas. Isso ocorreu após a morte de uma gestante que poderia estar relacionada à vacina da AstraZeneca/Oxford.
Contudo, segundo dados do IFF/Fiocruz, 60% das gestantes e mães que morreram este ano no país não tinham nenhuma comorbidade, embora a gravidez já seja um fator de vulnerabilidade para a mulher.
As mães, segundo o pesquisador do IFF/Fiocruz, deviam ser colocadas no topo da vacinação devido à “associação entre Covid-19 e trombose”, que pode aumentar a formação de coágulos.
Dados do “International Journal of Gynecology and Obstetrics” mostra que 77% das gestantes que morreram de Covid-19 no mundo são brasileiras.
Com informações do UOL