O fantasma do colapso no sistema público de saúde volta a assombrar o país, que, segundo autoridades, pode enfrentar uma terceira onda de Covid-19 em breve. Ao menos 10 capitais brasileiras já estão com ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima de 90% no sistema público.

Curitiba é uma das capitais em situação de colapso. Na última segunda-feira (7), a capital paranaense tinha ocupação de 102% dos leitos de UTI e o sistema já estava improvisando vagas para atender os pacientes mais graves com Covid. No estado todo, o índice de ocupação era acima de 95%, mesmo com a criação de 26 novas vagas na última semana, e havia 639 pessoas na fila de espera.

Outras capitais que estão com ocupação acima de 90% são Campo Grande (MS, 105%), Aracaju (SE, 99%), São Luís (MA, 97%), Recife (PE, 97%), Palmas (TO, 97%), Natal (RN, 92%), Rio de Janeiro (RJ, 92%), Fortaleza (CE, 91%) e Maceió (AL, 90%).

Na cidade de São Paulo, onde há 1.371 leitos de UTI, o índice de ocupação é de 80%. Com 13.497 leitos, o estado tem índice de ocupação de 82%.

Araraquara

Depois de ter conseguido controlar os números de casos e óbitos na pandemia, a cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, pensa em realizar novo lockdown (fechamento das atividades comerciais para reduzir a circulação de pessoas), após voltar a registrar aumento nos indicadores da doença.

De 563 amostras analisadas para testes, 21,13% deram resultado positivo para o coronavírus. Conforme decreto municipal, se o índice acima de 20% persistir por mais de dois dias, o fechamento das atividades será automático.

É também a primeira vez, nos últimos 90 dias, que a cidade volta a ter pacientes à espera de leitos de UTI. Em fevereiro, a cidade decretou 10 dias de lockdown e, com isso, conseguiu reduzir o número de casos e óbitos, tornando-se uma referência positiva no país no combate à doença.

Casos

Nas 24 horas encerradas ontem (8), o Brasil registrou 2.693 mortes por Covid-19, o maior índice em pouco mais de 30 dias. O Brasil também ultrapassou os 17 milhões de casos e 477 mil mortes.

Com informações de O Estado de Minas e Folha de S.Paulo.