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Estudo realizado pelo pesquisador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), mostra que os brasileiros estão mais tristes, estressados, com mais raiva e, além de tudo, mais pobres. Em uma escala de 0 a 10, do indicador usado pela Gallup World Poll, a satisfação dos brasileiros ficou em 6,1 no ano passado, queda de 0,4 ponto porcentual em relação a 2019, atingindo a menor pontuação da série histórica.
A pesquisa mostra que a queda geral na satisfação dos brasileiros foi puxada pelos 40% mais pobres e, também, pelo grupo intermediário (entre os 40% a 60% mais pobres). Entre aqueles com maior poder aquisitivo, a avaliação ficou praticamente igual de um ano para outro.
De acordo com Neri, a nota média de felicidade da faixa mais pobre ficou em 5,5, enquanto a dos grupos de renda mais alta ficou acima de 6, sendo 6,9 nos 20% mais ricos.
“A diferença entre os extremos era de 7,9% em 2019 e sobe para 25,5% na pandemia”, disse o pesquisador, na entrevista do jornal “Valor Econômico”.
Mais estresse, raiva e menos dinheiro
Como reflexo da pandemia de Covid-19, de 2019 a 2020 aumentou de 56% para 62% o porcentual de brasileiros que disseram estar preocupados. Além disso, 24% deles afirmaram estar sentindo mais raiva (24%), estresse (47%) e tristeza (31%).
Esse efeito também foi provocado pela queda média da renda, que passou de R$ 1 mil mensais para R$ 995 no primeiro trimestre de 2021. Em relação ao ano anterior, quando estava em R$ 1.122, a redução foi de 11,3%.
A renda do trabalho na população em idade ativa, incluindo aqueles que estavam desocupados, foi de 10,89%, e de 20,81% entre a faixa dos 50% mais pobres. Entre os mais pobres, o desemprego também teve impacto maior que nos demais.
Com informações da CUT.
Fonte: jornal Valor Econômico