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O epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, disse, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, nesta quinta-feira (24), que o Brasil teria evitado 400 mil mortes, caso o governo federal tivesse aceitado as ofertas de vacinas e adotado outras políticas de controle da doença no país.
Os números apresentados por Hallal convergem com os que foram mostrados por Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional, que também prestou depoimento à CPI da Covid hoje.
O pesquisador pontuou ter faltado comunicação unificada e centralizada no governo federal. Por isso, o Brasil é responsável por uma em cada três mortes no mundo. “A condução da pandemia no Brasil é um fracasso”, disse ele, enfatizando que essa é a opinião geral da comunidade científica brasileira, incluindo alguns que “até podem ter votado nesse governo que está aí”.
Vacinação e lockdown
Hallal defendeu lockdown (isolamento físico total, com paralisação das atividades econômicas) nacional de três semanas e vacinação diária de 1,5 milhão de pessoas por dia. Assim, na visão dele, o Brasil conseguiria reduzir o número de casos e mortes pela doença.
Ainda sobre o lockdown, ele disse que “o Brasil precisa, urgentemente, parar integralmente por três semanas, para que a gente possa colocar os números lá no chão”, como aconteceu com a cidade de Araraquara, no interior do estado, em fevereiro.
Mais cedo, ele também disse que o responsável pelas mortes por Covid-19 no país é o presidente Jair Bolsonaro, que age com “negacionismo”.
Ele também avaliou que os ministros que geriram a Saúde do país cometeram erros e acertos, mas que nenhum deles foi diretamente responsável pelo avanço das mortes.
Com informações do UOL.