Curso da ISP aborda como nos tornamos reféns dos algoritmos
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    Curso da ISP aborda como nos tornamos reféns dos algoritmos
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    23/07/2021

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    O SindSaúde-SP participou da segunda aula do curso de Formação de Organizadores em Direitos Digitais, na última quinta-feira (22), promovido pela Internacional de Serviços Públicos (ISP). O tema abordado foi como se manter seguro diante do uso dos algoritmos em favor das grandes corporações, que utilizam os dados dos usuários da internet para manipular desde suas escolhas comerciais até a formação de sua opinião.

     

    A Dra. Christina Colclough, pesquisadora das relações de trabalho com o processo de digitalização, que está ministrando o curso, explicou como os dados dos usuários são coletados. Segundo a pesquisadora, ao preencher um perfil em uma rede social, ao ficar mais tempo lendo determinada informação, ao manter o GPS do celular ligado, ao fazer uma pesquisa, entre diversos outros hábitos, o usuário está alimentando a base de dados de quem atualmente detém o poder. “Temos que ficar atentos para mudar essa lógica”, destacou.

     

    “Com o uso dos algoritmos, as corporações conseguem verificar se você é influenciável ou não. E esse recurso está sendo utilizado pelo mercado, mas também na política. Quando você acompanha notícias que são de determinado posicionamento político, os algoritmos das redes sociais entendem que aquele assunto é de seu interesse, então vai aparecer mais informações similares na sua timeline (linha do tempo, em português)”, relatou Christina, que completou: “Há alguns anos se tornou público que esse tipo de algoritmo foi utilizado em eleições, como nas eleições de 2016, quando Donald Trump foi eleito à presidência”.

     

    Do que se trata o algoritmo?

    É um cálculo matemático ou procedimento que possui um passo a passo para resolver um problema ou alcançar algum fim, por meio de um computador. Para fazer esses cálculos, são utilizados os dados disponibilizados pelos usuários da internet.

     

    Os dados podem ser o tipo de publicação mais curtida pelo usuário ou o que ele passa mais tempo lendo, além de receitas pesquisadas, vídeos assistidos, entre outros hábitos.

     

    Essa espécie de rastreamento fornece dados sobre o estilo de vida da pessoa, renda mensal e preferências, informações preciosas que estarão disponíveis para serem exploradas pelo mercado, ou seja, para beneficiar o capitalismo.

     

    Você é o produto

    Outro ponto tratado nesse segundo dia de curso é que nada é de graça. “Se estão lhe oferecendo um serviço on-line gratuitamente é porque você é o produto”. Essa frase já virou uma máxima, pois os dados e hábitos do usuário serão utilizados para traçar o perfil dele e estabelecer o que é de interesse para pessoas com a mesma idade e gênero, a fim de induzir que todo o grupo similar consuma o mesmo tipo de informação/produto/opinião.

     

    Durante o curso, Christina citou uma famosa frase de Shoshana Zuboff, autora do livro “A Era do Capitalismo de Vigilância” e professora aposentada da Harvard Business School, para explicar a que ponto chegamos nessa era digital: “Costumávamos pesquisar no Google, mas agora o Google nos pesquisa. Costumávamos pensar que os serviços digitais eram gratuitos, mas agora os capitalistas nos veem como produtos gratuitos. Eu costumava ser dono de mim mesmo. Agora, eu pertenço a eles.”

     

    Christina recomendou ficar mais tempo desconectado e manter o GPS desligado sempre que possível, como algumas das formas de driblar essa estrutura.

     

    Curso

    Na próxima quinta-feira (29), haverá o último dia de oficina do curso de Formação de Organizadores em Direitos Digitais. Estão participando a secretária-adjunta de Administração e Finanças do SindSaúde-SP e presidenta do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Maria Aparecida Godoi de Faria, e o secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato, Alexandre Senna










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