Notícia
O número de brasileiros que não fazem nenhuma refeição diária passou de 10 milhões, em 2013, para 19 milhões, em 2020, o que representa, em termos percentuais da população, 4,2% e 9%, respectivamente. Com a pandemia de Covid-19, a situação das famílias ficou ainda pior, principalmente devido ao aumento do desemprego e do custo de vida.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 19.134.556 de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar grave no ano passado; 24.284.652, em situação moderada; e 73.423.348, em insegurança leve.
Dentre as regiões do país, o cenário mais grave é no Nordeste, com 7.684.981 pessoas em situação de insegurança alimentar grave, seguido pelo Sul/Sudeste, com 7.453.958 nessa situação.
Grande parte dos brasileiros e brasileiras passando fome estão na zona residencial urbana (15.460.147).
Desmonte
O governo federal acabou com o Conselho de Segurança Alimentar Nutricional em 2019, órgão criado em 1993 e extinto dois anos depois, mas recriado em 2003 com um importante papel no sentido de fomentar políticas para levar segurança alimentar às populações mais vulneráveis.
Além disso, o alto índice de desemprego, na casa dos 14,7% da população economicamente ativa, a não correção do valor distribuído pelo Bolsa Família, a redução do auxílio emergencial somado ao aumento da inflação, especialmente para produtos alimentícios, são os elementos que contribuem para agravar a situação dos mais necessitados.
Pesquisa
A pesquisa Orçamentos Familiares, do IBGE, que foi publicada no ano passado, mostra que a situação de insegurança alimentar leve subiu 62,2% de 2013 até 2017/2018; a moderada, 76,1%; e a mais grave, 43,7%.
O levantamento é feito a cada cinco anos e, por essa razão, compara o ano de 2013 com 2018.
Com informações da CUT