Enquanto o Brasil está saindo da segunda onda, registrando queda no número de mortes pela Covid-19, na última semana houve um aumento de 20% nos óbitos pelo mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que isso deve à variante delta e ao abandono de medidas de proteção, entre elas, o abandono de medidas de isolamento social e proteção coletiva e individual, como uso de máscaras. “A variante delta está se espalhando rapidamente por todos os continentes e já chegou a todos os países”, relata o diretor da OMS na Europa, Hans Henri Kluge.

A OMS confirmou, na última terça-feira (27), que o mundo está entrando em uma nova onda de casos e mortes. Na última semana epidemiológica, o mundo registrou a maior porcentagem de alta nas mortes desde abril de 2020, no início da pandemia. Morreram 69.132 pessoas na semana que se encerrou em 19 de julho. No período anterior, foram 57.245.

A variante do coronavírus é até 70% mais contagiosa e mais resistente às vacinas, especialmente em relação às primeiras doses. “Estamos longe do fim da pandemia. Apesar dos enormes esforços dos Estados para vacinar pessoas, outros milhões continuam não vacinados e, portanto, correm o risco de acabar no hospital”, afirma o diretor da OMS.

Delta

A variante delta, identificada pela primeira vez na Índia, surge em um contexto de grandes aglomerações e más condições de controle sanitário. Atualmente, o aumento de casos está predominante no Sudeste Asiático, onde a taxa vacinal é baixa e o processo de imunização está caminhando a passos lentos.

No Japão, por exemplo, país que sedia os Jogos Olímpicos, na segunda-feira (26) foi o dia com maior número de casos desde o início do ano, passando de 5 mil registros. No país, 25,51% dos habitantes estão imunizados com duas doses e 36,85% receberam apenas a primeira dose.

Brasil

A variante delta já circula no Brasil, mas não de forma dominante. Contudo, o grande número de brasileiros ainda não vacinados preocupa especialistas. Até esta quarta-feira (28), o Ministério da Saúde informou que apenas 23,29% da população estão imunizados. Também é preocupante o grande número de pessoas que não retornaram para a segunda dose. De acordo com boletim epidemiológico da última terça-feira (27) do Ministério da Saúde, 3,8 milhões de brasileiros não completaram a imunização. A falha pode favorecer a expansão do contágio. “A cepa será dominante globalmente e continuará a se espalhar nos próximos meses, a não ser que surja um novo vírus mais competitivo”, afirmou o diretor da OMS.

Com informações da Rede Brasil Atual

Imagem: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)