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    Milícias digitais usam morte de Tarcísio Meira para reforçar discurso antivacina
    Autor: Redação - SindSaúde-SP
    13/08/2021

    Crédito Imagem: Internet

    Um dos maiores atores do país, Tarcísio Meira tinha 85 anos e faleceu ontem (12) vítima de Covid-19. O ator, assim como sua mulher, a atriz Glória Menezes, 86, contraíram o coronavírus mesmo tendo ambos tomado as duas doses da vacina. Isso foi o suficiente para que milícias digitais que espalham ódio e desinformação viessem à tona para reforçar o discurso antivacina.

     

    Desde que foram descobertas, vacinas salvam vidas e o Brasil tem um dos principais e maiores programas de vacinação do mundo, o Programa Nacional de Imunização (PNI), o qual, infelizmente, tem sido totalmente desestruturado pelo Ministério da Saúde no atual governo.

     

    No caso da Covid-19, a vacinação também tem ajudado a reduzir os números de casos e mortes na pandemia, além da ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

     

    Entre os idosos, os primeiros a serem vacinados, os indicadores negativos também reduziram bastante. Basta verificar os números oficiais, como os do próprio Ministério da Saúde e os do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). (Para acessar o site do Conass, clique aqui).

     

    Vacinas não salvam sozinhas

    Como o Brasil demorou muito para iniciar o seu processo de vacinação contra a Covid-19, o atraso abriu brechas para que novas variantes do coronavírus surgissem, como a P1, no ano passado, em Manaus (Amazonas). Agora, a variante delta, originada na Índia, imprime novos desafios no combate à doença, por ser mais transmissível e sobre a qual ainda não há muitos dados.

     

    Em comentário na “Rádio CBN” ontem, acerca da morte do ator, a microbiologista Natalia Pasternak disse que “as vacinas não protegem magicamente – elas diminuem a probabilidade de contágio e de desenvolvermos a forma grave da doença. Mas não significa que isso não vai acontecer”.

     

    A cientista utilizou uma analogia com o futebol para explicar a situação que enfrentamos. “Imagine um bom goleiro. Se a defesa do time dele está ruim e se tem muitas bolas circulando e chegando perto do gol, uma hora ele vai errar e a bola vai entrar”.

     

    Ou seja: as variantes do vírus continuam circulando entre nós e se a população não usa máscara e continua se aglomerando sem respeitar as regras de distanciamento, não há vacina que dê conta. “A vacina é apenas uma das estratégias (para controlar a doença). Nenhuma estratégia vai acabar com a pandemia sozinha”, reforçou.

     

    Em entrevista à mesma rádio esta manhã (13), o imunologista Gustavo Cabral de Miranda, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), que coordena pesquisas de vacinas, também frisou que nenhuma vacina sozinha é 100% eficaz. “Ela ajuda a blindar o corpo”, disse.

     

    Os dois cientistas reforçaram que pessoas com idade mais avançada correm mais riscos pelo fato de o sistema imunológico já sofrer uma perda natural com o avançar dos anos. Mas, ainda assim, os casos de óbitos e agravamento da doença naqueles que completaram o ciclo de imunização (duas doses do imunizante ou uma da Janssen) são muito menores do que os ganhos que a vacinação pode proporcionar.

     

    Lembrando que, embora Tarcísio tenha falecido, Glória continua hospitalizada e, segundo a assessoria de imprensa da família, recupera-se bem, uma prova de que as vacinas protegem, sim.

     










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