Notícia
As redes sociais ficaram recheadas de fotos de aglomerações, no último fim de semana, como se não estivéssemos mais enfrentando a maior crise sanitária do século. Questionado sobre o assunto, o governador de São Paulo, João Doria Jr., relativizou. “É a consciência pessoal, é a proteção que cada pessoa deve ter para si, para seus familiares e seus amigos. Evidentemente não há condição de fazer fiscalização em todas as cidades do estado, nas praias, calçadões, parques e praças”, disse, em entrevista aos jornalistas na manhã desta segunda-feira (23), no Instituto Butantan.
Na última terça-feira (17), o governador flexibilizou as regras para a realização de eventos sociais, feiras corporativas e visitas a museus, embora com capacidade reduzida de público. Bares e restaurantes já podem atender sem restrição de público e horário de funcionamento.
Na sexta-feira passada, em entrevista ao site “UOL”, o infectologista Marcos Boulos disse que Doria não deu ouvidos aos alertas feitos pelo Centro de Contingência do Coronavírus, de que uma abertura seria precipitada principalmente por conta da variante delta, que já colocou o município do Rio de Janeiro em estado de alerta.
Aglomerações
As redes sociais mostravam fotos de aglomerações em bares, restaurantes e praias, de bairros como a Vila Madalena, reduto boêmio da cidade. A imagem da foto que ilustra este texto é do Mercado da Cantareira, o conhecido Mercadão Municipal, no centro da cidade.
Na entrevista de hoje, o governador, que determinou obrigatoriedade do uso de máscaras no estado até o fim do ano, disse que o acessório, fundamental para prevenir a transmissão do vírus, é uma questão de “consciência pessoal”.
Sobre as cenas de pessoas aglomeradas em restaurantes e mesas nas calçadas, ele disse que elas estão consumindo alimentos ou bebidas e, portanto, não podem ser obrigadas a usar o equipamento enquanto se alimentam; e que “estabelecer uma relação de cerceamento de ordem disciplinar em relação às pessoas que não usam máscaras [ao ar livre] seria um movimento belicoso“.
Especialistas dizem que, embora nos ambientes ventilados e/ou ao ar livre a transmissão do vírus seja menor, ainda assim, se houver aglomeração há sempre riscos.
SindSaúde-SP a favor da Ciência
O SindSaúde-SP, que é a favor da Ciência e das orientações das autoridades sanitárias, enfatiza que o país ainda não possui uma situação confortável em relação à pandemia, principalmente porque a vacinação, apesar de ter avançado nos últimos meses, ainda é baixa.
Por isso, o Sindicato reforça para a necessidade de que os protocolos sanitários, como o uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento físico, sejam mantidos.
Só assim poderemos evitar um novo colapso nos sistemas de saúde como o que acompanhamos principalmente nos primeiros meses do ano.
Com informações da Folha de S.Paulo