Dia Mundial da Saúde Mental: como está a sua, trabalhador(a) da saúde?
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    Dia Mundial da Saúde Mental: como está a sua, trabalhador(a) da saúde?
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    10/10/2021

    Crédito Imagem: SINDSAÚDE-SP

    Neste domingo, 10 de outubro, é o Dia Internacional da Saúde Mental, data criada para destacar e desmitificar esse assunto, que por muitos anos foi tratado como tabu ou fraqueza. Diante da pandemia de Covid-19, o tema se tornou urgente, principalmente no caso dos trabalhadores e das trabalhadoras da saúde da linha frente dos atendimentos, enfrentando o medo da doença e convivendo com inúmeras mortes de pacientes ou de colegas de trabalho.

     

    Esses profissionais estão lidando com a sobrecarga de trabalho, além da falta de valorização e o desrespeito por parte dos governos, que sequer ofereceram treinamento adequado e foram negligentes com o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Trabalhadoras e trabalhadores, que por muitas vezes foram chamados de heróis, também lidam com o aumento do custo de vida e salários baixos, o que dificulta a sobrevivência.

     

    Estudos

     

    Lidar com todos esses problemas causou um grave desgaste aos profissionais. Não é à toa que o assunto foi tema de diversas pesquisas durante a pandemia. Mais recentemente, um estudo conduzido pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMUSP-Ribeirão), com 916 profissionais de saúde que atuam na linha de frente da Covid-19 de todo o país, apontou que 36% deles indicaram algum tipo de transtorno mental, como ansiedade, depressão, insônia e estresse pós-traumático.

     

    Outras duas pesquisas realizadas em 2020 e 2021, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e outra, pela Internacional de Serviços Públicos (ISP), trouxeram a público dados alarmantes.

     

    Na pesquisa da ISP, “Trabalhadoras e Trabalhadores Protegidos Salvam Vidas”, 54% dos participantes afirmaram que estão em sofrimento psíquico.  Destes, 63,58% afirmaram que trabalham por mais de 12 horas por dia. Outro dado da pesquisa apontou que, ao relatarem o sofrimento pelo qual estão passando, as palavras mais citadas por esses(as) trabalhadores(as) eram “ansiedade”, “medo”, “estresse”, angústia”, “depressão”, “tristeza”, “pressão” e “insegurança”. Clique aqui e veja o relatório final completo.

     

    Já para a pesquisa “Condições de Trabalho dos trabalhadores da Saúde no contexto da Pandemia da Covid-19”, da FioCruz, os profissionais declararam que estão sofrendo com perturbação do sono (15,8%), irritabilidade/choro frequente/distúrbios em geral (13,6%), incapacidade de relaxar/estresse (11,7%), dificuldade de concentração ou pensamento lento (9,2%), perda de satisfação na carreira ou na vida/tristeza/apatia (9,1%), sensação negativa do futuro/pensamento negativo, suicida (8,3%) e alteração no apetite/alteração do peso (8,1%). Clique aqui e acesse a pesquisa.

     

    Panorama nacional

     

    Problemas como depressão e ansiedade não estão limitados aos profissionais de saúde. Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com instituições de outros dez países, divulgada no início deste ano pela rede “CNN Brasil”, apontou que o Brasil é o líder do ranking com mais casos de ansiedade (63%) e depressão (59%).

     

    Em segundo lugar está a Irlanda, com 61% das pessoas com ansiedade e 57% com depressão, e os Estados Unidos, com 60% e 55%, respectivamente. De acordo com o estudo, mulheres, jovens, pessoas com algum histórico de desordem mental e aqueles que ficaram desempregados foram os que mais relataram os sintomas de ansiedade e depressão durante a pandemia.

     

    SindSaúde-SP e a saúde mental

     

    O SindSaúde-SP, preocupado com a situação da saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras que atuam na saúde pública estadual, já realizou uma série de ações que abordam o tema.

     

    Em agosto deste ano, o Sindicato fez uma série de vídeos com o doutor em psicologia clínica Eduardo Fraga, que também é professor do curso de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, para tratar sobre a Síndrome de Burnout. Para assistir à entrevista e saber mais sobre o assunto, clique aqui!

     

    Em maio deste ano, a psicóloga do trabalho Miryam Mazieiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, explica que a pandemia trouxe um grau de “sofrimento considerável, ao mudar a forma de elaborarmos o luto”. Clique e assista ao vídeo 1, vídeo 2 e vídeo 3.

     

    Em agosto de 2020, o 2º Encontro Estadual de Cipas e Comsats, com o objetivo de dar continuidade ao trabalho de prevenção em segurança no trabalho e de promoção à saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores abordou os impactos da Covid-19 na saúde física e mental dos(as) trabalhadores(as) da saúde, além de aspectos da atuação profissional e o importante papel dos cipeiros e comsateiros para denunciar e fiscalizar os locais de trabalho, auxiliando a atuação do Sindicato.

     

    Para discutir “O ambiente de trabalho adoecido e os efeitos da pandemia sobre a saúde mental”, o SindSaúdeSP recebeu os psicanalistas que atuam no Instituto Sedes Sapientiae Cleide Monteiro, psicóloga, psicanalista, coordenadora do Projeto Laborar; Afrânio de Matos Ferreira, psicólogo e psicanalista; além de Ângela May e Ana Cristina Gomes Bueno, coordenadoras do Projeto de Consultas Terapêuticas do Instituto Sedes Sapientiae. Clique aqui e assista!










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