Notícia
O Brasil voltou ao chamado Mapa da Fome. A crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19 colocou 20 milhões de brasileiras e brasileiros em situação de miséria, sem nem ter o que comer nas 24 horas do dia. Outros 24,5 milhões sequer sabem como vão se alimentar no dia a dia.
A alta da inflação e da taxa de desemprego fez crescer também o número de favelas no país, que mais que dobrou em nove anos (13.151).
A disparada dos preços dos produtos alimentícios atingiu até mesmo itens tidos como de segunda e terceira categorias, como miúdos de boi, pés e pescoço de frango, carcaças de suínos e de peixe. O prato básico da dieta brasileira – arroz, feijão e mistura – tornou-se impagável para muitas famílias.
A carne bovina subiu 36%; de frango, 40,4%; e os ovos, 20%, entre agosto de 2020 ao mesmo mês de 2021, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica subiu, em 12 meses encerrados em agosto, até 34,13% nas principais capitais brasileiras. Ainda segundo o instituto, de janeiro a agosto o preço médio dos alimentos aumentou em 16 capitais brasileiras.
Para minimizar os impactos da crise, muitos brasileiros trocaram as carnes mais nobres por pés, pescoços de frango e até mesmo ossos, os quais, antes doados pela maioria dos estabelecimentos comerciais, passaram a ser cobrados e tiveram seus preços aumentados devido à grande procura.
Histórico
O Brasil havia deixado de constar no chamado Mapa da Fome em 2014, para o qual voltou em 2020, após o desmantelamento de políticas sociais por parte do governo Michel Temer.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, de 2001 a 2017, o programa Bolsa Família havia conseguido reduzir a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%.
Infelizmente, hoje o Brasil tem 20 milhões de miseráveis passando fome e outros 24,5 milhões que não sabem como vão se alimentar no dia a dia. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan). (Para saber mais sobre a pesquisa, clique aqui).
As regiões brasileiras com situação mais grave são a Norte e Nordeste, onde a fome atinge, respectivamente, 18% e 14% dos domicílios.
Com informações da CUT.