Notícia
Contra o encerramento das atividades do Ambulatório Regional de Especialidades (ARE’s), vinculado ao Hospital Regional Sul (HRS), o SindSaúde-SP e o Fórum Regional de Saúde Sul realizaram uma grande manifestação, nesta terça-feira (19). A mobilização iniciou em frente ao hospital e seguiu em caminhada até o ARE’s, onde a atividade foi encerrada.
Se o AREs for fechado, como pretende o governo do estado, as mais de 600 mil pessoas que vivem no extremo sul da cidade de São Paulo ficarão sem o atendimento de pelo menos 19 especialidades, como cardiologia, gastroenterologia, urologia, neurologia, pré-natal de alto risco, infectologia, endocrinologia, otorrinolaringologia, cirurgia vascular, geriatria, ortopedia, oftalmologia, cirurgia plástica, dermatologia, acupuntura, homeopatia, psicologia, sem contar os exames e os tratamentos de alta complexidade.
“O desgoverno do estado de São Paulo está destruindo o SUS e ainda tirando direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras que atuam na saúde pública. Estamos enfrentando o Projeto de Lei Complementar (PLC) 26, que vai reduzir ainda mais o salário dos trabalhadores, pois acaba com o reajuste anual automático do adicional de insalubridade”, lembrou Cleonice Ribeiro, presidenta do SindSaúde-SP, durante o ato.
O ato foi organizado em parceria pelo SindSaúde-SP, por meio da diretora regional, Rita Lemos, pelo Fórum Regional de Saúde Sul, e pelos movimentos populares de saúde de Parelheiros, Marsilac e Capela do Socorro.
O Fórum e os movimentos também reivindicam a reabertura da maternidade do HRS, da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Infantil e neonatal, do pronto-socorro infantil, além da reabertura e ampliação do pronto-socorro geral. “A população que utilizava esses serviços precisa se deslocar para muito longe para conseguir ter acesso aos serviços de urgência e emergência, sem contar que aumenta a demanda das outras unidades”, explicou Rita.
Entenda o caso
Segundo os profissionais que atuam no ambulatório, no dia 30 de setembro, o diretor do Hospital, o Dr. Cesar Gibelli, informou que os serviços do ARE’s serão encerrados e que os trabalhadores serão realocados pelo HRS.
“Mais uma vez, o governo do estado de São Paulo com a sua política entreguista, de terceirizar para a iniciativa privada, quer fechar o ambulatório de especialidades do Hospital Regional Sul, prejudicando a população que precisa de atendimento especializado e os trabalhadores que atuam no serviço”, avaliou Rita.
Reunião com a gestão
Já no dia 4 de outubro, após a assembleia do SindSaúde-SP com os(as) trabalhadores(as), o diretor do hospital recebeu a dirigente sindical e informou que há uma discussão em curso, há cerca de um ano, de que o prédio do ARE’s será entregue à Prefeitura de São Paulo. Contudo, Gibelli explicou que ainda não há uma data oficial para a transferência do ambulatório, mas se cogita realizá-la em 29 de outubro.
“Mais uma vez, quem paga a conta da má gestão é o trabalhador e a população que perderá um serviço de excelência”, disse a diretora, que complementou: “Não houve discussão prévia e nem avaliação da perda que haverá para a população, principalmente nesse momento crítico que estamos vivendo de pandemia. E os trabalhadores da saúde, que foram considerados heróis, continuam sofrendo com a desvalorização, má remuneração e retirada de direitos”.
Grande apoio
Pelo SindSaúde-SP, além de Cleonice e de Rita, participaram o vice-presidente Hélcio Marcelino; a secretária de Cultura, Renata Scaquetti; a diretora da região central da capital, Janaína Luna; o diretor da região sudeste da capital João Luiz Bento; o diretor da região oeste III, Silas Lauriano Neto; a diretora da região do ABC/ Mauá, Gilvânia Santana; e a diretora da região de Mogi e Alto Tietê, Kátia Santos.
Também participaram do ato o deputado estadual Enio Tatto, que no último sábado (16) publicou em Diário Oficial um pedido de explicação por parte da Secretaria de Estado da Saúde, sobre o que será realizado no ARE’s.
O deputado citou que os parlamentares e os movimentos sociais já estão na luta para reabertura de sete prontos-socorros de hospitais regionais, que tiveram suas atividades paralisadas durante a pandemia. “Essa decisão, sem diálogo, do governador João Doria, teve grave consequências, porque superlotou as UBS e os prontos-socorros municipais, que já tinham outros problemas, como falta de profissionais e de infraestrutura”, relatou Tatto.
Também participaram da mobilização o deputado estadual, Maurici; o verador da capital paulista, Eliseu Gabriel; o vice-presidente da CUT-SP, Luiz Claudio Marcolino; e a diretora do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (Sindsep), Lourdes Estevão Araujo.
Veja as fotos da galeria I AQUI!
Veja fotos da galeria II AQUI!