Notícia
A história da humanidade demonstra que uma das formas utilizadas pelos mais ricos para obter ainda mais dinheiro e poder foi explorando o trabalho de quem luta para sobreviver. Por centenas de anos povos inteiros foram escravizados.
Após a abolição, a exploração não acabou, os trabalhadores e as trabalhadoras enfrentavam jornadas exaustantes para ganhar um salário que muitas vezes não mantinha nem mesmo a alimentação de uma família.
Com muita luta e, infelizmente, com a morte de muitos trabalhadores e trabalhadoras, ao longo do caminho, o proletariado foi conquistando de grão em grão alguma melhora. Uma lei por vez, uma negociação sindical por vez. E quando achamos que poderíamos avançar ainda mais veio uma crise econômica mundial que se instaurou em 2008.
Alguns anos depois, o reflexo dessa crise chegou ao Brasil, foi quando os mais ricos mais uma vez, viram uma oportunidade de voltar a lucrar, mas para isso, era necessário tirar uma representante do povo pobre que estava na condução do país.
Dilma Rousseff sofreu o golpe em 2016 e, no mesmo ano, Michel Temer, com apoio dos mais ricos, aprovou a Emenda à Constituição nº 95, que estabeleceu o teto de gastos por 20 anos, impedindo o desenvolvimento do país e de melhorias nas políticas já existentes, sejam nas áreas da saúde, educação, entre outras, atingindo tanto a população que depende desses serviços quanto os trabalhadores que nelas atuam.
Em março de 2017, foi aprovada a Lei da Terceirização e em julho daquele mesmo ano foi a vez da Reforma Trabalhista, ambas permitiram a precarização dos vínculos de trabalho.
Já em 2019, sob a tutela de Jair Bolsonaro, aqueles mesmos ricos apoiaram a Reforma da Previdência, porque para quem quer lucro exacerbado não basta prejudicar o trabalhador durante sua atuação profissional, eles queriam deixá-los na miséria também nos últimos anos de vida.
Faltava ainda o setor público, mas Bolsonaro não perdeu tempo e enviou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, que pode ser um marco para o fim dessa modalidade. Em São Paulo, o govenador do estado João Doria Jr. que vive tentando se desenvincilhar da imagem de Bolsonaro, seguiu seus passos e conseguiu aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 26, que de modo geral, é extremamente prejudicial a todo o funcionalismo público, pois abre brechas para a terceirização, contratações temporárias, praticamente decretando, com isso, o fim dos concursos públicos.
Por conta de todo esse cenário, o ex-ministro de Relações Exteriores e da Defesa no governo Lula, Celso Amorim, disse durante a 16ª Plenária Nacional da CUT, na manhã da última quinta-feira (21), que “a precarização do trabalho é o maior desafio para a classe trabalhadora.”
Amorim pontuou ainda que todas as perdas da classe trabalhadora foram potencializadas devido à pandemia. Mas ele aponta que pode haver uma luz no fim do túnel, com uma renovação na forma de defender os trabalhadores e as trabalhadoras. Ele disse que não se pode pensar ‘o chão de fábrica’, como antes. Além disso, que é importante fazer a reflexão sobre os anseios dos trabalhadores, frente às mudanças impostas pela realidade mundial.