Notícia
Depois de rever os dados de demissões ocorridas no país no ano passado, as novas estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, na realidade, foram abertas 75.883 vagas de empregos formais no país em 2020 e não 142.690, como divulgado anteriormente. A redução é de 46,8%.
Como forma de engordar as estatísticas e passar a impressão de que o mercado de trabalho formal estava aquecido, o Ministério do Trabalho e Previdência estava usando dados do eSocial e do empregadorWeb, ou seja, inclui vínculos temporários.
Observadores disseram que, ao incluir esses dados, era difícil fazer comparação com a série histórica do Caged, que usava metodologia diferente.
A partir das revisões feitas agora, o número de contratações subiu 1,8%, para 15.361.234, enquanto o de demissões aumentou 2,2%, para 15.437.117.
Fora da curva
O dado mais fora da curva do Caged foi apurado em junho de 2020, quando o governo informou corte de 10.984 vagas formais. A redução, na verdade, havia sido de 30.448, o que corresponde a 177,2% a mais.
Por outro lado, a revisão também fez crescer o volume de contratações em carteira, como em janeiro (76,4%) e fevereiro (19,5%).
Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, que é responsável pelo Caged, a redução do saldo ocorreu devido ao envio de declarações fora do prazo durante a pandemia de Covid-19.
Na opinião de Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “quando a metodologia for de fato transparente, os dados do novo Caged pode sem ainda mais inferiores”.
Com informações do Brasil de Fato