A violência de gênero atingiu uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos no Brasil durante a pandemia, conforme dados da pesquisa “Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Instituto Datafolha e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicada em junho de 2021. Para conscientizar a população e combater a agressão contra mulheres, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e sindicatos, como o SindSaúde-SP, iniciam no sábado (20) uma série de atividades dentro da Campanha 21 Dias.

Internacionalmente, a campanha pelo fim da violência contra meninas e mulheres começa no dia 25 de novembro, Dia do Combate à Violência contra a Mulher, e termina em 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos).

No Brasil, porém, a campanha começa no Dia da Consciência Negra, uma vez que a violência de gênero perpassa também por questões raciais, pois as mulheres negras e periféricas são as principais vítimas.

Ao longo de 21 dias de campanha, serão realizadas oficinas e debates presenciais e virtuais, além da divulgação de cards com alertas sobre situações de violência.

Além disso, enquanto no mundo a campanha encabeçada pela Organização das Nações Unidas (ONU) dura 16 dias, no Brasil as atividades são realizadas ao longo de 21 dias.

Estudo

De acordo com a pesquisa, cerca de 52% das mulheres participantes da pesquisa afirmaram ter ficado mais tempo em casa durante a pandemia e, com isso, estiveram mais expostas a sofrer algum tipo de violência, pois o agressor normalmente integra o núcleo familiar da vítima.

Infelizmente, 44,9% das entrevistadas disseram não ter denunciado a violência sofrida, enquanto outras 21,6% procuraram ajuda da família; 12,8% recorreram a amigos; e 8,2% buscaram ajuda na igreja.

Ao todo, 17 milhões de mulheres (uma em cada quatro) sofreram algum tipo de violência física, psicológica ou sexual no último ano. Além disso, um em cada 10 brasileiros no universo pesquisado (51,1%) relataram ter visto uma mulher sofrer algum tipo de violência em seu bairro ou comunidade ao longo dos últimos 12 meses.

A respeito do tema, as entidades cobram que o Brasil ratifique a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que entrou em vigor em junho. A convenção visa combater a violência e o assédio no ambiente de trabalho.

Denúncia

Caso você presencie ou seja vítima de violência, ligue no telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher. A ligação é gratuita e as informações são mantidas sob sigilo.

Vamos ajudar a combater a violência contra a mulher!

Para ler o estudo na íntegra, clique aqui.