Notícia
Os negros estão sub-representados no mercado de trabalho da saúde, principalmente no setor privado. Além disso, eles também recebem os salários mais baixos, situação que é muito pior entre as mulheres. Para se ter uma ideia, uma profissional de saúde negra ganha o equivalente a 30% do que recebe um homem branco na saúde privada do país.
Os dados foram coletados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (para ver o estudo completo, clique aqui).
De acordo com o levantamento, quando se trata da saúde pública, a diferença é menor. O salário de uma mulher negra equivale a 47% do que recebe um trabalhador branco.
A remuneração média de uma trabalhadora negra do setor privado da saúde é de R$ 2.390, enquanto a daquela que está na saúde pública é de R$ 2.565.
Covid-19
O mesmo estudo mostra também que a pandemia impactou mais a população negra em detrimento dos brancos, aprofundando as desigualdades no mercado de trabalho.
No estado de São Paulo, se o trabalhador for negro as condições de trabalho são piores. Por exemplo: enquanto 35% das mulheres e 33% dos homens negros ocupados têm trabalho desprotegido em relação à doença, este percentual é de, respectivamente, 29% e 31% para mulheres e homens brancos.
Esse cenário ocorre porque, segundo o levantamento, os negros são levados a trabalhos mais precários pela perda de rendimento. Assim, não têm condições de permanecer em casa, protegido do coronavírus.
Desemprego
Segundo a pesquisa do IBGE, 8,9 milhões de homens e mulheres saíram da força de trabalho, ou porque perderam seus empregos, ou deixaram de procurar porque não acreditaram que encontrariam uma vaga. Desse total, 6,4 milhões eram negros.