Notícia
Contrariando recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de exigir certificado de vacinação contra a Covid-19 de turistas estrangeiros que desembarquem no Brasil, o governo federal anunciou, ontem (7), que obrigará quarentena de cinco dias e realização de teste RT-PCR para viajantes que não se imunizaram contra a doença.
Ao fazer o anúncio, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a medida é discriminatória. "Não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para, a partir daí, impor restrições.”
Na mesma ocasião, o ministro da Saúde ainda reforçou uma fala do presidente Jair Bolsonaro, de que, “às vezes, é melhor perder a vida do que perder a liberdade”.
O anúncio do governo é uma resposta ao despacho do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu 48 horas (o prazo terminaria no fim desta tarde), na última segunda-feira (6), para que o governo federal respondesse por que não seguiu a recomendação da Anvisa.
Crítica
A fala do ministro, candidato a deputado federal por seu estado, a Paraíba, nas próximas eleições, foi muito criticada por autoridades sanitárias brasileiras.
O médico sanitarista e fundador da Anvisa Gonzalo Vecina criticou a medida anunciada ontem por Queiroga, dizendo que o país não tem condições de acompanhar a quarentena de quem chega no país e que, por essa razão, o comprovante de vacinação seria a forma mais eficaz de garantir o controle e rastreamento da chega da variante ômicron no país.
“Temos 156 pontos de entrada no Brasil, entre aeroportos, portos e fronteira seca. Temos que ter uma bruta infraestrutura para acompanhar a entrada de viajantes que ficariam em hotéis esperando os cinco dias, e realizar ainda um exame RT-PRC. Não consigo enxergar a possibilidade de realizar isso num tempo de pandemia”, disse.
Com informações do UOL