Notícia
De cada dez casos de Aids diagnosticados no Brasil em 2020, seis eram de pessoas negras. Isso muda o recorte da doença no país, a qual, há uma década, atingia mais a população branca, segundo dados do Ministério da Saúde.
Entre 2010 e 2020, enquanto houve queda de 9,8 pontos porcentuais nos casos de Aids entre pessoas brancas, subiu 12,9 pontos porcentuais entre pessoas negras, como consequência das desigualdades que a população negra tem para buscar informação e serviços de prevenção contra o contágio por HIV/Aids.
O aumento não se restringe apenas ao número de casos, mas também ao de óbitos. No ano passado, 61,9% das mortes apontadas por HIV/Aids no Brasil eram de pessoas negras, distribuídas da seguinte forma: 47% entre pardos e 14,9% entre negros.
"Realizando uma comparação entre os anos de 2010 e 2020, verificou-se queda de 10,6 pontos porcentuais na proporção de óbitos de pessoas brancas e crescimento de 10,4 pontos porcentuais na proporção de óbitos de pessoas negras", diz boletim do Ministério da Saúde publicado em 1° de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Mulheres negras
Além da questão racial, os números da Aids também têm um recorte de gênero. Dados do Ministério da Saúde mostram que as mulheres negras foram as principais vítimas da doença entre a população preta no país. Entre elas, o porcentual de óbitos chegou a 62,9%.
Neste mês de conscientização a respeito do HIV/Aids, o SindSaúde-SP alerta para a necessidade de que a população continue se protegendo, e os profissionais de saúde têm papel muito importante para ajudar a disseminar informações, auxiliando quem busca a prevenção.
Sabemos que estamos no meio de uma pandemia, que tem tomado todas as atenções do Brasil e do mundo. Por isso, não podemos deixar de olhar e vigiar as demais doenças e vírus com os quais temos de lidar.
Com informações do UOL