Os casos de feminicídio aumentaram 0,5% no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2020, conforme dados do último balanço do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De janeiro a junho, houve 666 casos de feminicídio, o maior número desde o início da série histórica da entidade, em 2017.

No primeiro ano da pandemia de Covid-19, o número de feminicídios havia caído em comparação a 2019. Mas a expectativa é de que, a partir de agora, esse tipo de crime aumente ainda mais.

Além disso, foram apontados de 26.709 estupros cometidos contra mulheres, ante 24.664 no mesmo período do ano passado, alta de 8,3%.

Maior número da série histórica

Em entrevista ao portal de notícias “UOL”, a diretora-executiva da entidade, Samira Bueno, disse que os dados são alarmantes. “Esse número de feminicídios no primeiro semestre deste ano foi o maior da série histórica, iniciada em 2017”, pontuou.

A expectativa dela é de que esse tipo de crime cresça ainda mais, uma vez que o levantamento foi feito a partir de boletins de ocorrência e há investigações em curso para averiguar se os homicídios foram resultado de violência doméstica. Outro aspecto é que pode ter havido erros no registro desses crimes.

Para a advogada especialista em violência de gênero, Isabela Del Monde, o crescimento do feminicídio é ocasionado pela pandemia, crise econômica e políticas públicas.

"Por causa do isolamento social, muitas vítimas não conseguiram denunciar a violência doméstica e tiveram que continuar próximas de seus agressores - o que provocou a morte de algumas delas", pontuou, acrescentando que a flexibilização do porte de armas por parte do governo federal também motivou o aumento desse tipo de crime.

Com informações do portal de notícias UOL