Mantenha os cuidados e não acredite que a pandemia acabou, diz especialista
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    Mantenha os cuidados e não acredite que a pandemia acabou, diz especialista
    Autor: SINDSAÚDE-SP
    04/01/2022

    Crédito Imagem: SINDSAÚDE-SP

    A médica e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, afirmou, em entrevista à equipe de Comunicação do SindSaúde-SP, que não é o momento de relaxar, pelo contrário, temos que ficar ainda mais atentos, tendo em vista a epidemia de gripe, a variante ômicron do coronavírus (que é mais resistente à vacina), sem contar o aumento de contaminação por Covid-19, seja em pessoas vacinadas ou não, em países da Europa e nos Estados Unidos.

     

    “Estamos enfrentando um momento de aumento nas internações por infecções respiratórias, sendo boa parte delas atribuídas ao vírus influenza. Além disso, mesmo com aumento na taxa de cobertura vacinal contra a Covid-19, já temos a evidência de que, para nos protegermos contra a ômicron, é necessário ter tomado as três doses”, explicou a médica.

     

    A média móvel de internações em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) devido à Covid-19 no estado de São Paulo voltou a crescer já na última semana de dezembro, após seis meses de queda. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em 30 de dezembro havia 1.014 internados em UTI’s e, na última segunda-feira (3), eram 1.098.

     

    Na cidade de São Paulo, já foram registrados casos de pacientes com dupla infecção, por influenza e coronavírus. A condição está sendo chamada de “flurona”, uma junção das palavras flu, gripe em inglês, com a palavra coronavírus. Também foram identificados casos semelhantes no Rio de Janeiro e no Ceará.

     

    Flávia reforçou que, diante desse cenário, é extremamente importante manter os protocolos sanitários para evitar a contaminação por ambos os vírus, como usar máscara, evitar aglomerações, manter o distanciamento físico e lavar as mãos constantemente com água e sabão ou higienizá-las com álcool em gel.

     

    Proteção dos mais vulneráveis

     

    A médica destaca que as medidas também devem ser seguidas nos encontros familiares, principalmente quando houver a presença de pessoas do grupo de risco (idosos, hipertensos, diabéticos, obesos, imunossuprimidos, gestantes e puérperas) e/ou crianças, pois ainda não estão vacinadas.

     

    “Os idosos respondem mal ao vírus e a proteção pela vacina dura por menos tempo nesse público, de acordo com as evidências. Então, não dá pra desmontar a guarda e achar que já podemos voltar à vida como ela era. Mantenha os cuidados e não acredite que a pandemia acabou”, enfatizou.

     

    Vacinação

     

    Como forma de proteção à Covid-19, a diretora da SBIm recomendou para aqueles que ainda não se vacinaram, que procurem uma unidade para receber o imunizante e, aqueles que já podem receber a segunda, terceira ou quarta dose, que não deixem de tomar.

     

    Já no caso da vacina contra gripe, a médica explicou que, quem já tomou em 2021 é só aguardar a campanha de 2022. Quem ainda não tomou, pode procurar um posto de vacinação para se imunizar. Contudo, ela explicou que a vacina do ano passado não oferece proteção para a variante da influenza que está circulando, a H3N2 Darwin.

     

    “O estudo de investigação genética dessa epidemia de gripe identificou em mais de 90% das amostras a cepa H3N2 do subtipo Darwin, que não está contida da vacina aplicada em 2021”, relatou Flávia, que completou: “Então, a vacina aplicada em 2021 não fará diferença em relação à maioria dos casos atuais identificados. Mas quem não pôde se vacinar no momento oportuno deve procurar proteção vacinal, pois afinal de contas os outros vírus ainda estão circulando e também podem causar síndrome respiratória aguda grave”.

     

    Vacina atualizada

     

    Na última segunda-feira (3), o Instituto Butantan anunciou que já está produzindo a vacina contra gripe atualizada, que será aplicada na campanha contra a influenza deste ano. Além do vírus H3N2, do subtipo Darwin, o imunizante também será composto pelos vírus H1N1 e pela cepa B.

     

    Segundo o instituto, todos os anos cerca de 80 milhões de doses contra a influenza são produzidas para a campanha nacional de imunização. Já a atualização é realizada de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontam em um relatório de doenças sazonais quais são os três vírus de influenza que mais circulam no Hemisfério Sul.










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