Notícia
Depois de fazer uma consulta pública apontando que a maioria dos respondentes é contrária à prescrição médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta segunda-feira (4), que os pais terão vacina caso queiram imunizar seus filhos. Ele afirmou que há doses suficientes (no caso, da vacina da Pfizer) para isso. Uma decisão definitiva sobre o tema deve ser publicada amanhã (5).
O resultado da consulta vai na contramão do que defendia o governo, ou seja, a necessidade de prescrição médica para só então imunizar a população daquela faixa etária.
Contrariando recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - que aprovou a vacina da Pfizer para as crianças em 16 de dezembro passado -, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de autoridades sanitárias, o Brasil está, mais uma vez, se posicionando como pária mundial, pois muitos países já iniciaram a imunização de crianças dos 5 aos 11 anos.
Quando a Anvisa recomendou a vacinação de crianças em dezembro, o MS decidiu fazer uma consulta pública, iniciada em 24 de dezembro e encerrada em 2 de janeiro, para saber se a população era contra ou a favor a imunizar os pequenos.
Não obrigatória
Cerca de 100 mil pessoas responderam à pesquisa e, segundo Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid do ministério, a maioria foi contrária à não só à prescrição, como à obrigatoriedade da vacinação.
"Tivemos 99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo em que o documento esteve para consulta pública, sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade da prescrição médica no ato de vacinação", disse Rosana.
Em uma nota antes da consulta pública, o ministro da saúde tinha sinalizado ser favorável à vacinação de crianças naquela faixa etária, desde que houvesse prescrição médica.
Contudo, depois do resultado da consulta pública, cujo método foi questionado por especialistas, uma decisão formal a respeito do assunto só será divulgada nesta quarta-feira (5).
Lembrando que a vacina contra a Covid-19 é considerada segura e vem sendo aplicada em vários países. Nos testes clínicos realizados com esse público, não foram apontados problemas sérios com a segurança dos imunizantes testados.
Mortes de crianças
Do início da pandemia, em março de 2020, até hoje, pouco mais de 1,1 mil crianças de 0 a 9 anos morreram de Covid-19. Embora represente 0,18% do total de óbitos pela doença no país, o número supera o total de mortes (955) por doenças preveníveis com vacinação, entre 2006 e 2020 no país.
Com informações do portal de notícias UOL