Notícia
A primeira aplicação de vacina pediátrica no estado de São Paulo aconteceu na tarde desta sexta-feira (14). A criança imunizada foi o menino de 8 anos, Davi Seremramiwe Xavante, que é indígena e realiza tratamento médico para uma doença motora rara, na qual causou a perda parcial dos movimentos. A vacinação foi realizada em cerimônia organizada pelo governo do estado de São Paulo, no Hospital das Clínicas.
Além de Davi, outras sete crianças com idade entre 5 e 11 anos, com comorbidades, também receberam suas primeiras doses. Já a vacinação oficial iniciará apenas na segunda-feira (17), que terá como foco apenas as crianças com comorbidades nesse primeiro momento, que deverá ser comprovada por meio de exames, receitas médicas, relatórios ou prescrições médicas.
Consenso
Para a vacinação, não será necessário nenhum tipo de autorização por escrito, basta a criança estar acompanhada da mãe, pai ou responsável legal. No caso da falta de consenso entre os pais sobre a vacinação, o juiz titular da Vara da Infância e Juventude de Guarulhos, Iberê de Castro Dias, disse em entrevista à “Folha de S. Paulo” que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) não dá margem para discordância, que é dever da família assegurar à criança o direito à saúde.
“Não tem debate. O que pode existir é alguma razão clÍnica comprovada, onde a vacinação não seria recomendada por causa de algum problema de saúde na criança. Em termos genéricos, pais e mães não podem dizer, por exemplo, que a religião não permite a vacinação”, explicou o juiz à repórter Patrícia Pasquini.
Além disso, Dias explicou que se os pais se recusarem a seguir as orientações das autoridades sanitárias podem sofrer multa e correm o risco até mesmo de perderem a guarda da criança. "Pais que não vacinarem seus filhos, nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, inclusive contra a Covid-19, poderão ser penalizados com multa que varia de 3 a 20 salários mínimos (o dobro na reincidência)", ressalta Dias.
Palanque eleitoral
O governador João Doria Jr., que é pré-candidato à presidência pelo PSDB, assim como fez com a primeira vacina em adultos, correu para sair na frente na vacinação, aproveitando a catástrofe que é a crise sanitária que estamos enfrentando, para fazer seu palanque eleitoral.
Contudo, não podemos deixar de citar que esse mesmo governador foi o autor de projetos que praticamente iniciaram a extinção do serviço público no estado de São Paulo, como a Lei 17.293, que acabou a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e outras cinco empresas estatais.
Também é dele a Reforma da Previdência, que além de obrigar quem está na ativa a trabalhar por mais anos, praticamente acaba com a aposentadoria especial, aumenta o valor do desconto e prejudica ainda mais as mulheres. Além disso, impôs um desconto aos aposentados que já contribuíram ao longo de toda a vida para a previdência.
Não parou por aí. Também foi de João Doria Jr. a proposta do fim do reajuste anual automático do adicional de insalubridade dos profissionais de saúde.
Não contente em tirar tudo isso das trabalhadoras e dos trabalhadores do serviço público, o governador mantém uma política contra a contratação por concurso público e de terceirização do estado.