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    Profissionais de saúde: esgotamento e agressões por parte de pacientes
    Autor: SindSaúde-SP
    31/01/2022

    Crédito Imagem: SindSaúde-SP

    Um médico de família de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na zona oeste de São Paulo disse que já foi agredido e ameaçado de morte várias vezes por pacientes ao longo da pandemia. "O usuário vem e te ameaça de te pegar no final do plantão. Geralmente, é o cara hígido [saudável], encrenqueiro, de 20, 30 anos, que quer passar na frente dos outros e não aceita que tem outras pessoas com mais prioridade", disse Lucas Vinícius de Lima, 29 anos, em entrevista à repórter Cláudia Collucci, da “Folha de S.Paulo”.

     

    De acordo com a reportagem, o aumento dos casos de Covid-19 devido ao avanço da variante ômicron e a epidemia de gripe influenza têm provocado lotação em prontos-socorros e UBS’s pelo país e prejudicado o atendimento. Contribui para piorar o cenário o adoecimento e afastamento de profissionais de saúde, que não são repostos na velocidade necessária para não prejudicar o atendimento nesses locais.

     

    Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostravam que, até a quinta-feira passada (27), 4.707 profissionais de saúde estavam afastados por Covid-19 ou síndrome gripal, número três vezes maior que o apontado no início do mês.

     

    Enfermagem: principal vítima

     

    Ainda segundo a reportagem, a demora no atendimento devido à superlotação e à falta de profissionais de saúde têm gerado revolta na população e aumentado os casos de violência contra profissionais de saúde. Os relatos vêm de todo o país e afetam, principalmente, médicos e pessoal da enfermagem da Atenção Primária à Saúde e dos prontos-socorros.

     

    Embora não haja dados estatísticos da violência contra esses profissionais, a reportagem apontou que, levantamento do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren) mostrou que, dos 252 trabalhadores do setor consultados, 40,9% relataram ter sofrido agressões verbais e outros 9,5% já foram vítimas de ataques físicos.

     

    "Violência a gente sofre diariamente, mas agora, com esse tsunami da ômicron, aumentou muito. A maioria dos usuários reclama do tempo de espera, acha que a espera de seis horas é culpa do médico, do enfermeiro", disse o médico de família do início do texto, que já chegou a atender 120 pacientes em 12 horas de trabalho.

     

    Burnout

     

    Na mesma UBS onde trabalha o médico, muitos profissionais de saúde têm sido afastados devido à Síndrome de Burnout, que é o esgotamento físico e mental gerado pela sobrecarga de trabalho, além de problemas estruturais, como falta de medicamentos básicos, equipamentos de proteção individual (EPI’s), testes e insumos.

     

    Na opinião de Gabriela Lotta, professora de administração pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o aumento de episódios de violência pode ter várias causas, que demandam diferentes intervenções. Ela lembra que a população também está esgotada por estar lidando com a pandemia há mais de dois anos.

     

    "Há relatos no mundo todo mostrando como os profissionais da linha de frente dos serviços [não só de saúde], por serem as primeiras pessoas com quem interagimos, estão sofrendo a consequência desse longo período de distanciamento e tendo que lidar com pessoas com baixa tolerância e muito nervosismo", apontou a professora.

     

    Contudo, especialistas ouvidos pela reportagem disseram que seria possível minimizar essa hostilidade contra profissionais da linha de frente da saúde se os serviços estivessem mais bem preparados para enfrentar essas novas demandas. Afinal, a chegada da ômicron já era prevista.

     

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