Notícia
Em reunião com a direção do Hospital Regional de Assis na quarta-feira, 26, o SindSaúde-SP, representado pela diretora Silmara Grassi (Região de Marília) e por delegados sindicais de base (DSB’s), abordou prioritariamente os projetos de terceirizações que estão em andamento dentro da unidade hospitalar, dentre estes a terceirização da unidade de terapia intensiva (UTI) adulta “coração do hospital”, que tem sido foco de preocupação das trabalhadoras e trabalhadores do hospital.
Silmara acredita que, se for mesmo implementada, a terceirização prejudicará o atendimento aos usuários dos 25 municípios que buscam o hospital, pois, como vem ocorrendo amplamente nas unidades de saúde do estado, a rotatividade de profissionais de saúde contratados pelas organizações sociais ou outras empresas terceirizadas é muito grande e tem sido pior durante a pandemia.
“Temos visto com bastante apreensão o avanço das terceirizações nas unidades de saúde do estado, pois sabemos de todos os problemas que isso acarreta no atendimento à população. O SindSaúde-SP sempre defendeu e continua defendendo que o governo do estado faça concursos públicos, o que há muito tempo não acontece, por entender que essa é a única forma de sanar a falta de pessoal e, assim, assegurar uma assistência qualificada”, disse a diretora.
Na reunião, a direção do Hospital Regional de Assis afirmou que os projetos de terceirização da UTI adulta e de outros setores estão em andamento, ou seja, foram encaminhados para avaliação da Secretaria de Estado da Saúde. Pode ser que permaneçam suspensos por enquanto, devido à previsão da reabertura do setor Covid-19 (20 leitos de enfermaria e 10 leitos de UTIs) para atendimento da população, mas nunca se sabe.
“Não há como assegurar que o projeto de terceirização não aconteça, visto que este é o projeto prioritário do governo do estado de São Paulo: sucatear as estruturas em todos os segmentos, para depois entregá-las a um custo alto aos ‘amigos terceirizados e/ou organizações sociais’ para fazerem a gestão. Por isso a importância de nos organizarmos dentro da estrutura e darmos visibilidade do que efetivamente está por trás das terceirizações e o quanto a população perderá se elas aconteceram”, frisou a diretora.
Assembleia
Depois da reunião com a direção do hospital, a dirigente do SindSaúde-SP e os DSB’s realizaram uma assembleia com as trabalhadoras e trabalhadores no auditório do hospital, na qual as informações foram repassadas. Entre elas, as contratações previstas por meio de processo seletivo, que não suprirão a falta de recursos humanos; o projeto de reforma do hospital, que já se arrasta por mais de três anos e que, agora, “existe” a possibilidade de se efetivar; e a questão das terceirizações previstas.
A diretora do SindSaúde-SP enfatizou que ficou evidente na assembleia quão desmotivados os profissionais de saúde estão, devido à ameaça da terceirização de outros setores, agora prioritariamente da assistência, visto que já há outros setores terceirizados; ao sucateamento da estrutura do hospital; e à desvalorização deles(as).
“Desde o início da pandemia, essas trabalhadoras e trabalhadores estão dando toda a energia que têm para prestarem o melhor atendimento possível à população. Eles(as) estão exaustos e se sentindo muito desvalorizados pelo governo do estado”, lamentou a diretora.
Reforma administrativa
A Lei Complementar nº 1.361, de 21 de outubro de 2021 (antigo Projeto de Lei Complementar nº 26), também foi tema da assembleia com as trabalhadoras e trabalhadores do Hospital Regional de Assis.
“Estamos fazendo esse trabalho de conscientização no sentido de mostrar a eles(as) o quanto já perderam em termos de direitos e benefícios e, por essa razão, o quanto necessitam permanecer alertas e mobilizados ao lado do Sindicato. O SindSaúde-SP existe para defender e lutar pelos profissionais da saúde pública do estado de São Paulo, mas, sozinho, o Sindicato não tem força para barrar as arbitrariedades do governo. Precisamos que todos e todas estejam lutando ao nosso lado para que sejamos mais fortes!”, pontuou a diretora.
Com a publicação da LC, a segunda reforma administrativa implementada pelo governo estadual, foram perdidos direitos importantes aos profissionais de saúde, como a correção automática anual do adicional de insalubridade pela inflação, o que representa ainda mais arrocho salarial, pois o adicional chega a representar até 40% da remuneração deles(as).
A diretora do SindSaúde-SP também abordou na assembleia a Proposta de Emenda Constitucional nº 32, a PEC da reforma administrativa do governo federal que está parada no Congresso Nacional, a qual será, se aprovada, mais um duro golpe nas trabalhadoras e trabalhadores públicos de todas as esferas.
“Por isso é muito importante que esses profissionais continuem vigilantes e lutando ao nosso lado. Esta luta é de todos nós!”, reforçou Silmara.