De dezembro de 2021 a janeiro de 2022, o número de crianças menores de 12 anos internadas em consequência de complicações da Covid-19 saltou de 284 para 2.232, alta de 686%. Os dados são de reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”, publicada no fim de semana, que usou informações do Ministério da Saúde.

Praticamente uma em cada dez internações por Covid na faixa de 0 a 11 anos no Brasil ocorreu em janeiro de 2022, segundo o texto publicado.

Do início da pandemia até hoje o Brasil não tinha visto tantas internações em um só mês. Lembrando que o público infantil foi o último a ser imunizado muito em função da inoperância do governo federal em agilizar o processo.

Em relação a janeiro de 2021, o número de internações foi 70% maior em janeiro deste ano e 11% acima de março, quando houve pico de internações em todas as faixas etárias.

O volume de internações do público infantil foi, inclusive, maior que o da população em geral, que subiu 395% entre dezembro e janeiro.

Adolescentes e adultos

As hospitalizações de adolescentes e adultos subiram de 7.399 para 36,6 mil, puxada principalmente pelos idosos. Porém, esse número é inferior aos 95,8 mil atendimentos em janeiro do ano passado e aos 228,3 mil registrados em março, auge da pandemia.

Especialistas ouvidos pela reportagem atribuíram esse quadro à falta de cobertura de vacinal para esse público.

A imunização de crianças dos 5 aos 11 anos foi autorizada em 16 de dezembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas só foi iniciada em 14 de janeiro.

A realidade de cada estado é bastante distinta. No Brasil todo, até hoje, cerca de 30% das crianças elegíveis tinham recebido a primeira dose do imunizante destinado a esse público.

No estado de São Paulo, 64% do público infantil tinha recebido ao menos uma dose da vacina, enquanto 1,63% estava com o esquema vacinal completo até a tarde de hoje.

Entre os brasileiros adultos, 94% estavam protegidos com o primeiro ciclo completo (duas doses ou o imunizante de aplicação única).